A Marinha deslocou do Rio de Janeiro para São Sebastião (SP) o Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico”, o maior navio militar do Brasil. O objetivo é atuar no socorro às vítimas das fortes chuvas que atingiram o litoral norte paulista nos últimos dias.
Mais de mil militares da Marinha estarão nas ações, que envolvem prestar serviços médicos a bordo do “Atlântico”, assim como participar de resgates por meio dos helicópteros da embarcação.
Com a chegada do navio, segundo a Agência Marinha de Notícias, será possível criar uma estrutura que reforçará o atendimento médico aos desabrigados. Isso contribuirá para diminuir os atendimentos nos hospitais da região, que poderão priorizar casos mais graves.
A Marinha também enviou do Rio a Embarcação de Desembarque de Carga Geral “Guarapari”, que possui uma rampa capaz de atracar em praias isoladas pelas chuvas. O navio pode chegar próximo dos desabrigados que, devido à interdição das estradas, não estão recebendo assistência.
A mobilização da Marinha em socorro às vítimas das chuvas ocorre ao mesmo tempo em que a Força Aérea Brasileira vem intensificando operações para o salvamento dos ianomamis, povo indígena de Roraima. Além da Marinha, militares e helicópteros do Exército também estão na região de São Sebastião auxiliando os trabalhos da Defesa Civil. A ação das Forças Armadas mostra um alinhamento com as novas diretrizes do Governo Federal.
Marinha comprou o “Atlântico” por 84 milhões de libras
“Estamos empenhados e comprometidos em levar esperança e solidariedade para as vítimas deste desastre natural. A prontidão dos navios, aeronaves e unidades de fuzileiros navais, nossos homens e mulheres, marinheiros e fuzileiros navais, é o que temos de melhor para oferecer para amenizar o sofrimento dessas pessoas”, destacou o Comandante em Chefe da Esquadra, Vice-Almirante Edgar Luiz Siqueira Barbosa.
Comprado em 2018 do Reino Unido por 84 milhões de libras (cerca de R$ 522 milhões), o Atlântico fica ancorado no Arsenal de Marinha do Rio — de onde é possível ser avistado da Ponte Rio-Niterói. A embarcação, na terminologia militar, é o navio Capitânia da frota de guerra brasileira, e tem capacidade para transportar 806 fuzileiros navais, além da tripulação, composta por 432 militares. Ela pode operar 18 helicópteros, sendo até sete ao mesmo tempo. Por sua capacidade de suporte hospitalar, também é apropriado para apoiar missões humanitárias, auxiliando vítimas de desastres naturais.