Visitantes serão muito bem-recebidos em Maricá, no próximo sábado (14/1), quando será realizada a 24ª edição da lavagem das escadarias da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo, no Centro, com concentração a partir das 17h na Praça da Bandeira. O evento, promovido por seguidores da umbanda e do candomblé, tem o apoio da Prefeitura de Maricá, por meio da Coordenadoria de Assuntos Religiosos.
A cerimônia, que já é tradicional, faz parte do calendário oficial da cidade e tem como tema permanente “Um pedido de paz para o mundo ao som dos atabaques das Religiões Afro”.
A lavagem das escadarias em Maricá é a terceira maior no Brasil, atrás da famosa lavagem da Igreja do Bonfim, em Salvador (BA), e da Igreja de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio.
Maricá combate intolerância
A coordenadora de Assuntos Religiosos, Danieli Machado, ressalta a importância simbólica da lavagem anual. “Esse é um evento que reúne diversas pessoas com objetivo de promover o combate à intolerância religiosa, que afeta muitas religiões e, principalmente, as de matrizes africanas”, explicou.
O presidente da Fonte para Orientação Religiosa das Matrizes Africanas (Forma), Antônio Jonas Chagas Marreiros, Babalorixá Jonas de Jagun, mais conhecido como Pai Liminha de Maricá, destaca o reconhecimento da data.
“Ao som do ijexa iremos até a escadaria onde se dará o ato com água de cheiro. Este ano faremos um minuto de silêncio em memória aos que se foram em virtude das violências e intempéries da natureza. A programação ainda conta com cânticos afros, em dispersão para a Praça Orlando de Barros Pimentel, que fica ao lado, onde se dará a confraternização e iremos finalizar com saudações aos caboclos e o hino da umbanda. Essa é uma grande oportunidade para representar umbandistas e candomblecistas de Maricá, evidenciando a nossa luta pela garantia de direitos e de liberdade”, afirmou o babalorixá Jonas Liminha.
Igreja Matriz é parte da história de Maricá
A Matriz de Nossa Senhora do Amparo, construída por fiéis do catolicismo, está situada em uma pequena elevação no centro da cidade. O grande edifício tem nave única, com batistério (pia de batismos) à esquerda. Seu estilo é característico da arquitetura religiosa brasileira no século XIX. A pedra fundamental foi lançada em 1788 e no ano de 1802 o templo era consagrado, embora sua construção se alongasse por muitos mais anos. O campanário (torre dos sinos) só atingiu a altura final na reforma efetuada entre 1948 e 1952, quando o piso original da igreja foi substituído por mármore.
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