Diário do Porto

Vinícola Maturano põe Teresópolis na rota nacional de vinhos

A enóloga Monica Rossetti (esquerda) com Manuela, Marcelo e Fernanda Maturano (Divulgação)

A cidade de Teresópolis está entrando com tudo – e não está prosa – no mapa nacional de vinhos. O sucesso na primeira colheita da Vinícola Maturano, neste mês de julho, animou os sócios Marcelo, Fernanda e Manuela, da familia Maturano, que já planejam saltar das 40 mil garrafas previstas para este ano para 100 mil em 2025. A propriedade tem 18 hectares já implantados e quer totalizar 50, com três terroirs diferentes. Terroir, expressão francesa, é uma localidade específica que produz vinho único, inimitável, obtido ali devido a convergências de fatores geográficos, climáticos, históricos e culturais.

Dezenas de pessoas acompanharam, no dia 14, a primeira colheita. “Todos tiveram a chance de degustar as uvas diretamente do pé e ainda apreciaram as explicações da nossa enóloga Mônica Rossetti e do nosso agrônomo Frederico Novelli”, diz a sócia Manoela. Ela destaca que o empreendimento tem 100% de mão de obra local. “Faremos a nossa primeira produção de vinhos com um parceiro da região e, em setembro de 2025, estaremos com a Vinícola Maturano totalmente implementada”, prevê.

100 mil garrafas em 2025

O objetivo para este ano é produzir 40 mil garrafas. Já para o ano que vem, a expectativa é chegar a 100 mil. “Ao longo da minha vida profissional, fundei 23 empresas, e a vinícola certamente é o meu filho favorito”, ressalta o empresário Marcelo Maturano, que fez uma palestra no evento.

A enóloga Mônica Rossetti ressaltou a importância da vinícola para a região e o país. “Com toda a experiência que tenho entre Brasil e Itália, fiquei impressionada com o desenvolvimento da Vinícola Maturano, pois os vinhedos estão demonstrando um retorno muito positivo. Para esse grande empreendimento, estamos buscando um conceito que valoriza o terroir de produção, mas sempre com um olhar internacional. O nosso objetivo é que a vinícola seja uma referência no Brasil e no exterior”, explica a especialista.

Uva de monges beneditinos

Outra novidade é que a Vinícola Maturano terá, em breve, uma uva rara, de mesmo nome, por meio de acordo assinado com a Pesagro Rio (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro). A uva Maturano é originária da região de Lazio, na Itália, especificamente de Picinisco, na província de Frosinone. A espécie é de extrema importância para os habitantes locais.

Vinho é a nova riqueza da charmosa Teresópolis

“A Maturano é uma variedade autóctone, ou seja, ela não tem ‘pais’ conhecidos. Cuidada por monges beneditinos por mais de 500 anos, essa raridade foi catalogada apenas na década passada durante um programa para reconhecimento de castas nativas italianas. Com o apoio da Pesagro Rio, agora teremos um legado centenário para a vinícola Maturano, enriquecendo a nossa produção com uma joia italiana”, comemora Manuela.

Além da vinícola, o empreendimento terá hotel de 48 quartos em cima e 13 lofts na parte de baixo, um heliponto com serviço de hangaragem de até cinco helicópteros e um condomínio de 206 terrenos, com uma área de lazer de 14 mil metros quadrados, que inclui quadras de tênis e beach tênis, duas áreas gourmets e piscina, entre outros itens.

 


 

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