O Rio de Janeiro poderá ter oficialmente o 27 de novembro como Dia da Maconha Medicinal. Na próxima terça-feira 24, a Câmara de Vereadores vota o projeto de incluir a data no calendário oficial da cidade. A votação será em sessão aberta, que tem tudo para ser muito concorrida, a partir das 16h.
Não vai ser fácil o projeto, de autoria do vereador Renato Cinco (Psol), passar pela bancada dos conservadores e, depois, pela sanção do prefeito Marcelo Crivella. Se, por um lado, tem aumentado o apoio popular ao uso da cannabis sativa para tratar doenças graves, um número crescente de religiosos posiciona-se contrário. E já tem gente até combatendo o uso de vacinas por razões místicas.
Diante das descobertas científicas, o uso terapêutico da cannabis foi legalizado em dezenas de países. Os movimentos mobilizaram pacientes, pesquisadores, cultivadores, profissionais de saúde e sociedade civil. Especialistas também veem na liberação uma oportunidade de redesenhar as políticas de drogas para que a legalização reduza o tráfico e a violência.
VEJA TAMBÉM:
Kobra tem quadro de R$ 300 mil na ArtRio 2019
Exercício é chato, mas é uma poupança para a vida
Firjan diz que milícias afastam investimentos do Rio
O Dia da Maconha Medicinal é celebrado não oficialmente desde 2013, sempre no dia 27 de novembro, com debates, palestras, distribuição de material informativo e atos públicos. A data é emblemática, pois é também o Dia Nacional de Combate ao Câncer. Entre muitos usos da maconha, o auxílio ao tratamento do câncer tem sido um dos mais abordados em artigos e congressos.

O princípio ativo da planta, argumentam os defensores, é eficiente no alívio de náuseas, vômitos e inapetência provocados pela quimioterapia. Os efeitos colaterais são as principais causas de descontinuidade do tratamento e, consequentemente, a morte. Especialistas apontam também resultados no tratamento de esclerose múltipla, glaucoma, Aids, epilepsia e dores crônicas e neuropáticas em geral.
Um dos estudos, da Faculdade Federal de Medicina de São Paulo (Unifesp), foi dirigido pelo psicofarmacologista Elisaldo Carlini, diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) e membro do comitê de peritos da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre álcool e drogas.
Quem quiser acompanhar a votação deve chegar pelo menos meia hora antes. A Câmara fica na Cinelândia, no Palácio Pedro Ernesto, mas a entrada é pela rua lateral, a Alcindo Guanabara. É preciso levar documento de identidade, e não é permitido entrar de bermuda.
Serviço:
Evento: Votação do PL do Dia da Maconha Medicinal
Dia: 24/09, terça-feira
Horário: 16h
Local: Câmara de Vereadores (Cinelândia)
Entrada: Apresentação de documento de identidade. Não é permitido entrar de bermuda.