A histórica cidade de Vassouras, no Vale do Café, está prestes a viver um novo marco em sua trajetória. No próximo dia 30, será inaugurado o Museu Vassouras, fruto de um investimento realizado pelo empresário Ronaldo Cezar Coelho. O equipamento cultural promete atrair ainda mais visitantes para o município — e a prefeitura já anunciou que vai investir no receptivo turístico para impulsionar a atividade.
O museu ocupa o espaço restaurado da antiga Santa Casa, inaugurada em 1853, reformada em 1930 e destruída por um incêndio em 2008. O prédio, comprado e restaurado por Ronaldo, terá como foco contar a história dos povos indígenas, escravizados e portugueses que moldaram a identidade do Vale do Café, região que no século XIX chegou a produzir 75% do café consumido no mundo. A nova instituição mostrará a história de personagens históricos como Eufrásia Teixeira Leite, Marianna Crioula e Manuel Congo, além de registros da presença dos povos puris e coroados.
A prefeita Rosi Silva afirmou que a inauguração será um divisor de águas para o município, que já vive uma retomada turística com hotéis-fazenda, cafés especiais, queijos premiados e cachaças artesanais. “Vamos investir para que este turista seja bem recebido e para que a população abrace este museu em toda a grandeza que ele tem”, disse. Segundo ela, nos próximos dias a prefeitura iniciará reuniões com a rede hoteleira, taxistas e moradores para organizar o receptivo.
Para Ronaldo Cezar Coelho, que há quatro décadas mantém laços afetivos com a cidade e é também proprietário da fazenda São Fernando, de 1810, o projeto é uma forma de preservar e divulgar uma parte esquecida da história brasileira. O empresário também restaurou o Memorial Judaico localizado atrás do museu, espaço com paisagismo de Roberto Burle Marx.
A inauguração contará com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, natural de Vassouras.
História de Vassouras
Fundada oficialmente em 29 de setembro de 1833, Vassouras se desenvolveu no século XIX como um dos principais centros produtores de café do mundo, sendo apelidada de “Princesa do Café”. Sua prosperidade atraiu famílias aristocráticas, construiu casarões imponentes e financiou obras públicas de grande porte. O ciclo cafeeiro entrou em declínio no fim do século XIX, mas deixou um patrimônio arquitetônico e cultural preservado, com igrejas, praças e fazendas históricas que hoje compõem a identidade turística da região.