Enquanto o Governo Federal avança no plano de privatização dos Correios, na quarta-feira o Senado realiza audiência pública para debater o Projeto de Lei que autoriza a venda da empresa à iniciativa privada, artistas e frequentadores se reúnem na próxima quinta-feira, às 14h, para um abraço coletivo no edifício que abriga o Centro Cultural da instituição, instalado na rua Visconde de Itaboraí, 20, no Centro do Rio. O movimento em defesa do espaço se mobiliza para protestar contra o possível fechamento e venda do prédio que, segundo os Amigos do Centro Cultural dos Correios, pode ser concretizada até o final deste ano.
Mesmo não estando na lista do recém-lançado Feirão de Imóveis da União, o edifício que abriga o Centro Cultural dos Correios pode ser negociado a qualquer momento. Em vigor desde o ano passado, a Lei 14,011 desburocratiza e moderniza a aquisição de bens da administração federal, simplificando o processo de compra para potenciais interessados. Seria o caso do quase centenário edifício do Centro Cultural dos Correios. Construído em 1922 para sediar uma escola do Lloyd Brasileiro, o que acabou não acontecendo, por mais de 50 anos foi utilizado como sede de unidades administrativas e operacionais do serviço postal.
Espaço recebe 400 mil visitantes por ano
Após uma grande reforma, em 1993 foi convertido em equipamento cultural, abrigando diversas exposições, peças teatrais, filmes e eventos dos mais diversos matizes artísticos. Segundo o movimento em defesa do Centro Cultural, cerca de 400 mil pessoas visitam o local por ano. No momento há oito mostras em cartaz no edifício: “Dois”, “Gênese”, “Portais do Ser”, “Poéticas do Espaço”, “Dell’ Architettura”, “Praças [IN]visíveis”, “O Sertão Virou Mar” e “IN.visível Sagrado”. Mais informações sobre elas estão no site: www.correios.com.br/educacao-e-cultura/centros-e-espacos-culturais/centro-cultural-rio-de-janeiro
Com a eminente privatização da empresa, o Rio, e especialmente o Centro, correm o risco de perder mais um importante espaço cultural.