Matriarca fundadora do samba, a baiana Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata (1854-1924), tornou-se um símbolo da resistência negra no Brasil pós-abolição e agora dá nome à estação do VLT Cidade do Samba, na Gamboa. O projeto de lei da vereadora Thais Ferreira (PSOL) que altera a denominação da parada foi promulgado nesta sexta-feira pelo presidente da Câmara dos Vereadores do Rio, Carlo Caiado (União Brasil)
Em sua casa, na Praça Onze, onde os sambistas se reuniam, foi feito o primeiro samba gravado em disco, “Pelo Telefone”, uma composição de Donga e Mauro de Almeida que entrou para história na voz do cantor baiano nascido em Santo Amaro da Purificação. Tia Ciata também nasceu nessa mesma cidade do Recôncavo Baiano. E lá anos depois também nasceram dois outros ícones da música brasileira: Caetano Veloso e Maria Bethânia.
“Nomear a estação que já faz alusão ao samba com o nome de Tia Ciata é uma forma de celebrar a importância dela e de outras ‘tias do samba’, em sua maioria mulheres negras que construíram a história musical e cultural da cidade, que permanece viva em cada roda, escola de samba e no próprio carnaval”, justificou a vereadora Thais Ferreira (PSOL).
A estação Tia Ciata é o acesso mais próximo do VLT à Cidade do Samba, complexo que reúne os barracões das Escolas do Grupo Especial do Carnaval. A homenageada morreu aos 70 anos em 1924, quatro anos antes da fundação da primeira agremiação carnavalesca do Rio, a Deixa Falar, que posteriormente viria a se tornar a tradicional Estácio de Sá, que este ano disputa do Grupo de Acesso na Marques de Sapucaí.
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