A Ilha de Paquetá ganhou o programa Aduba Rio, que utiliza a técnica de compostagem, ou seja, nem todo o lixo descartado fica sem utilidade. Plantas, fezes e outros resíduos de origem vegetal e animal que se acumulam sobre o solo são transformados em outros produtos, que ajudam a manter a terra em perfeito estado.
O projeto, elaborado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, tem o apoio da Subprefeitura das Ilhas e da Comlurb, e será liderado pelo movimento social Plantar Paquetá. O programa vai garantir a captura de até 300 quilos de resíduos orgânicos por dia e, daqui a sete meses, 950 quilos de adubo por mês.
A compostagem é um processo biológico em que os microrganismos existentes no solo transformam a matéria orgânica – como estrume, folhas, papel e restos de comida – em material com características semelhantes ao solo, o adubo.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Cavaliere, o objetivo é reduzir o envio de resíduos da ilha para o continente, incentivando uma cadeia sustentável. “O Rio, que tem 28% do território cobertos por unidades de conservação municipais, precisa incentivar práticas que dialoguem com uma cultura de baixo carbono. A compostagem é um ganha-ganha social e ambiental: evita que toneladas de restos de comida sigam ao aterro sanitário. É menos emissão de gases do efeito estufa e mais combustível natural para as florestas.“
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A inciativa também contribuiu para a gestão correta dos resíduos sólidos e, portanto, a melhoria do meio ambiente urbano. Em Paquetá, sete leiras de compostagem, onde o material é transformado em adubo, serão instaladas no Parque Natural Municipal Darke de Mattos, criado em maio de 1975. O local guarda vestígios de meados do século XVIII, como antigos túneis abertos pelos jesuítas para a exploração de jazidas de caulim, um tipo de mineral.
A secretaria informou que os compostos produzidos serão usados na floresta de Mata Atlântica do local, que tem 7 hectares. “Este é um projeto de forte impacto na educação ambiental. Os moradores de Paquetá desenvolvem trabalhos muito importantes de conscientização e contamos com todos eles para que o Aduba Rio seja um sucesso“, destaca a diretora de Educação Ambiental, Márcia Costa.

Como fazer compostagem em casa
Dentro de casa, é possível fazer adubo com o lixo gerado no dia a dia. Com ajuda de uma composteira, que também pode ser feita com material reciclado, os restos orgânicos contribuem para criação de uma horta ou jardim.
Confira as dicas:
– Separe três caixas plásticas empilháveis com tampa.
– Fure o fundo de duas caixas com buracos de 0,5 cm de diâmetro.
– Forre uma das caixas furadas com terra e minhocas, enterrando o material orgânico misturado com o dobro de matéria seca bem picada.
– Empilhe todas as caixas e coloque a tampa. O recipiente furado deve ficar no topo, o recipiente cheio fica ao meio e sem furos por baixo, para que armazene o chorume.
– Coloque a caixa do meio em cima sempre que ela estiver cheia. As minhocas ficarão na parte superior, produzindo o húmus.
– Despeje o lixo orgânico na caixa vazia, enquanto o chorume escorre nela, adubando. Depois de 50 dias, você já pode usar o produto dessa compostagem como adubo.