O Governo do Estado do Rio considera que os péssimos serviços prestados pela SuperVia são uma forma de pressão para que a tarifa seja reajustada de R$ 5 para R$ 7. A concessionária dos trens urbanos na Região Metropolitana do Rio vem sendo criticada duramente pelas constantes paralisações de linhas, atrasos e falta de qualidade no atendimento aos passageiros.
O aumento da tarifa pretendido pela Supervia estava previsto para fevereiro passado, mas o Governo tem adiado a autorização, tentando reduzir o valor. A empresa, controlada pelos grupos japoneses Mitsui e West Japan Railway Company, entrou com pedido de recuperação judicial em junho de 2021, quando alegava acumular dívidas de R$ 1,2 bilhão. Os problemas teriam se agravado durante o período de distanciamento social da pandemia, a partir de março de 2020, quando a média de passageiros caiu de 600 mil por dia para cerca de 190 mil.
O governador Cláudio Castro fez duras críticas ao serviço prestado pela SuperVia e disse que não há negociação quanto ao reajuste do preço da tarifa. “Nesse momento, não há diálogo com eles. O Estado está fiscalizando e fazendo sua parte, que é a cobrança. A SuperVia faz um serviço de péssima qualidade, desrespeitoso com o cidadão e o Estado está exercendo a força da multa”, afirmou.
Na época em que pediu a recuperação judicial, a SuperVia afirmou que estava procurando um reequilíbrio econômico e financeiro de seu contrato com o Governo, o que nunca aconteceu. A empresa opera o serviço de trens urbanos no Rio de Janeiro e em mais onze municípios da Região Metropolitana e Baixada Fluminense, por meio uma malha ferroviária de 270 quilômetros dividida em cinco ramais, três extensões e 104 estações.
SuperVia recebeu multa de R$ 1,15 milhão
Na semana passada, o Governo, por meio do Procon, aplicou uma multa de R$ 1,15 milhão contra a empresa e anunciou que há outras 16 notificações de autuação que podem se tornar em novas multas. Na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) a empresa é investigada por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) presidida pela deputada Lucinha.
O transporte de passageiros no Rio sofre com constantes crises também em outros modais. O sistema de BRT está sob intervenção da Prefeitura desde março de 2021, que afastou os antigos concessionários e vem prorrogando a situação, sem apresentar uma solução definitiva. Em anos anteriores, outras empresas anunciaram por conta própria que não havia mais interesse em continuar operando suas concessões, como o ocorrido nos serviços de barcas na Baía de Guanabara e no sistema de VLT.