A pandemia fez com que escritórios migrassem para o home office, e movimentou comerciantes para ambientes menores. Com a nova realidade, aumenta a procura pelo self storage, o aluguel de boxes ou containers para armazenamento de itens, móveis e objetos. O sistema surgiu na década de 60 nos Estados Unidos.
As empresas aproveitaram as mudanças para adequar seus negócios à crescente demanda por operações digitais, como é o caso dos varejistas para o modelo de e-commerce. Mas não foram só os comerciantes que se beneficiaram ao optar por essa modalidade. Escritórios que migraram suas operações para o home office podem locar os boxes para guardar móveis, equipamentos e documentos sem ficarem presos aos longos contratos das salas comerciais.
Os Self Storages oferecem hoje o melhor custo-benefício do mercado imobiliário, quando comparada ao aluguel de uma sala comercial ou imóvel urbano. Outro benefício é a segurança, já que as instalações geralmente são monitoradas 24h.
Self storage cresce 14% na pandemia
De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Self Storage (Abrass), o total de boxes no Brasil subiu de 69.445 para 79.300 entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020, um aumento de 14% impulsionado pelo contexto do coronavírus. Boxes compactos, de até 3 metros quadrados, concentram parte significativa da demanda: 37,8%.
“Os boxes menores sempre foram os mais buscados historicamente, mas. com o prolongamento do home office e a expansão do comércio digital, a demanda por esse formato disparou”, afirma o presidente da Asbrass, Rafael Cohen.
A alta demanda se refletiu em um aumento de preços dos boxes. O preço médio do metro era de R$ 81 no fim de 2019 e chegou a R$ 99 este ano.

Solução para negócios
Quando empresas e distribuidores migram para um ambiente especializado em self storage, conquistam uma economia financeira de até 90%, afirma Rodolfo Delgado, CEO da empresa Guarde Perto.
Por se tratar de uma solução temporária, com a contratação do armazenamento o empresário ganha tempo para pensar em estratégias para o seu negócio. Dessa forma é possível passar por contextos de crise, como o da pandemia, com mais tranquilidade.

“Temos boxes a partir de um metro quadrado, e o contrato de locação tem a permanência mínima de um mês. Para nossos clientes isso representa flexibilidade e praticidade. É uma solução viável para todos”, explica Rodolfo, que tem cinco espaços no Rio.
Segundo projeção da Asbrass, o mercado deve dobrar no Rio em dez anos. A capital fluminense já tem 28 unidades desse tipo em funcionamento, com cerca de sete mil boxes disponíveis. O tamanho dos espaços variam entre 1 e 100 metros quadrados. Na última década, o segmento cresceu 5% ao ano e acumulou R$ 500 milhões em investimentos, segundo a entidade.