Santos Dumont tem obras de segurança adiadas pela Infraero | Diário do Porto


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Santos Dumont tem obras de segurança adiadas pela Infraero

Santos Dumont não terá mais obras que evitam a saída de aviões nas cabeceiras das pistas. Em Congonhas, obras semelhantes já foram feitas

14 de janeiro de 2024

As obras no Santos Dumont seriam realizadas nas margens da Baía de Guanabara, para evitar que aviões saiam das pistas (foto: Reprodução da Internet)

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As obras para ampliação da segurança nas pistas do aeroporto Santos Dumont foram adiadas por decisão da Infraero, estatal que administra o terminal aéreo do Centro do Rio. Em ofício de 8 de dezembro passado, Roberto de Castro Xavier, presidente suplente da comissão de licitação, informa que o adiamento é sine die, ou seja, sem data para ser retomado.

O investimento de cerca de R$ 300 milhões para melhorias no aeroporto Santos Dumont foi anunciado no ano passado pelo Governo Federal, com foco principalmente na instalação de um recurso de segurança, que impede que aviões possam sair dos limites da pista, cuja sigla em inglês é EMAS. O dinheiro seria usado também para aperfeiçoamentos nas pistas de taxiamento, pátio de aeronaves e no terminal de passageiros.

No ofício de 8 de dezembro, a Infraero informou que o adiamento ocorreu por “motivo de conveniência e oportunidade, considerando a necessidade de novas avaliações no cenário que envolve o objeto do certame”.

Pela previsão do Ministério dos Portos e Aeroportos as obras deveriam começar neste mês de janeiro, com duração de até dois anos. No aeroporto de Congonhas, onde o EMAS já foi instalado em 2022, as obras tinham previsão de 16 meses, mas foram concluídas em 12. O EMAS (Engineered Material Arresting System) é composto por um material poroso que cede com o peso da aeronave, reduzindo rapidamente seu deslocamento. 

Santos Dumont teve licença do Inea para obras

A intenção da Infraero era instalar o sistema em ambas cabeceiras da pista principal do Santos Dumont, que estão nas margens da Baía de Guanabara. Para isso, a estatal necessitou de licença do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), órgão do Governo do Estado do  Rio. A baía é um ambiente protegido pelas leis ambientais, com proibição para novas obras sobre suas águas. 

A necessidade de realizar as obras do EMAS também foi um dos vários argumentos para restringir os voos no aeroporto Santos Dumont, condição necessária para fortalecer o aeroporto internacional do Rio, o Galeão. A restrição foi aceita pelo Governo Federal, após forte movimento de vários representantes do Estado do Rio. 

O Galeão, que já foi o principal aeroporto do país, sofreu esvaziamento nos últimos anos principalmente por falta de coordenação entre os voos dos dois aeroportos da cidade. Essa política predatória, comandada pelas administrações anteriores do Governo Federal, favoreceu os aeroportos de Estados vizinhos, com destaque para São Paulo.

Neste mês, mesmo sem as obras do Santos Dumont, a restrição de voos neste aeroporto começam a vigorar e todas as empresas aéreas já anunciaram transferências de linhas para o Galeão. As conexões nacionais são essenciais para trazer passageiros para o aeroporto internacional.


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