O governador do Estado do Rio, Cláudio Castro, e o prefeito da capital, Eduardo Paes, reafirmaram que ambos são contra o modelo de privatização do aeroporto Santos Dumont que foi proposto pelo Ministério da Infraestrutura. Os dois prometem ações para impedir o leilão, caso não haja mudanças que limitem e diminuam o número de voos no aeroporto do centro da cidade do Rio.
A opinião comum entre eles é a de que o modelo atual de privatização prejudica ainda mais o funcionamento do Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, impedindo inclusive que o mesmo se consolide como um hub internacional, ou seja, um concentrador que viabilize a operação contínua de conexões nacionais e voos para o exterior.
As declarações do governador e do prefeito foram feitas durante o painel digital “Rio. A Retomada”, promovido pela Rádio Band News FM para comemorar os seus 16 anos.
“Já conversei com o ministro da Infraestrutura e disse que o caminho atual está equivocado”, afirmou o governador. O modelo pretendido de privatização busca valorizar o aeroporto Santos Dumont para que seja a âncora de um pacote em que o comprador também se responsabiliza por investimentos em aeroportos menores, inclusive no Estado de Minas Gerais.
Santos Dumont pode ser limitado por questões ambientais
“Nossa prioridade é fortalecer o aeroporto do Galeão, cuja operação como hub é fundamental para estimular a economia do Estado do Rio. Caso o Ministério não mude o modelo, vamos tomar medidas contra o leilão, inclusive acionando o Instituto Estadual do Ambiente (Inea)”, disse Castro.
O prefeito Eduardo Paes afirmou que está totalmente alinhado com o governador para fortalecer o Galeão e impedir o leilão do Santos Dumont com os atrativos previstos pelo Ministério da Infraestrutura, que incluem a ampliação do número de voos e inclusive abrir a possibilidade para voos internacionais.
“É um absurdo o que o Ministério pretende. Mas digo uma coisa, nesse modelo, o leilão não passará. Se for necessário tomaremos medidas duras, seja na esfera ambiental, seja na Justiça”, afirmou Paes.
Quando os dois se referem a questões ambientais que podem interferir no leilão de privatização do Santos Dumont, ambos fazem referência à obrigatoriedade de limitar o número de voos e o tráfego aéreo, no Centro da cidade e nos bairros que estão nas rotas de pouso e decolagem. A pandemia e o declínio das viagens por avião diminuíram a pressão de moradores contra essas operações no Santos Dumont, mas certamente retornarão se houver intensificação do movimento. O leilão do aeroporto está previsto para 2022.