
Uma árvore enorme caiu sobre dois carros na tarde desta terça-feira, 27, perto da Central do Brasil. O incidente, sem registro de vítimas, foi em frente ao número 44 da Rua Marcílio Dias.
Não havia ventania nem temporal. É muito provável, segundo moradores, que a árvore não tenha resistido ao excesso de maus tratos. A Rua Marcílio Dias, apesar de ficar atrás do imponente prédio do Comando Militar do Leste, é repleta de usuários de drogas à luz do dia, como o crack, e também de ladrões. Muitos urinam nas árvores à luz do dia, dormem nas calçadas e praticam crimes.
Desordem perto de generais
No CML funciona o Gabinete de Intervenção Militar na Segurança Pública do Rio de Janeiro, sob o comando do general Walter Souza Braga Netto. Fica a poucos metros da 4ª Delegacia de Polícia e também da Central do Brasil, em cujo prédio fica a Secretaria de Segurança Pública. O secretário é o também general Richard Nunes.
Pessoas que não conhecem o Rio de Janeiro teriam dificuldades em acreditar. Mas, apesar de ficar sob as barbas dos generais responsáveis pela segurança, a Rua Marcílio Dias é um dos pontos mais conhecidos de desordeiros e criminosos. As redes sociais estão repletas de relatos.
O internauta “Síndico da Cidade“, por exemplo, aventurou-se a filmar um trecho da rua. A postagem no Youtube tem como título “Rua Marcílio Dias – Centro do Rio de Janeiro – fedorenta e perigosa”. Confira clicando aqui.
O DIÁRIO DO PORTO faz uma campanha permanente para conscientizar as autoridades públicas, da Guarda Municipal ao Palácio Guanabara, sobre a importância de combater o excesso de desordem e de delitos em torno das grandes estações do transporte público do Rio.
Essa imagem de terra sem dono causa péssima impressão a quem chega à Cidade Maravilhosa pela Rodoviária Novo Rio ou pela Central do Brasil. A Guarda tem sua atuação limitada pela presença de “crimes estaduais”, como tráfico de drogas. O Estado não se considera responsável pela ordem urbana, uma atribuição da Prefeitura. Enquanto um poder joga o problema para o outro, recomenda-se evitar a Rua Marcílio Dias, entre muitas outras.
(As fotos foram cedidas ao DIÁRIO DO PORTO pelo jornalista J.C. Cardoso, que passava pelo local)