Além do Monumento Natural das Ilhas Cagarras, única Unidade de Conservação Marinha do Rio de Janeiro, outras áreas do litoral carioca podem se tornar áreas de proteção a ecossistemas marinhos e costeiros. A criação de novas UCs marinhas deverá ser um dos principais resultados dos trabalhos do Núcleo de Vida Marinha, que acaba de ser lançado pelo município. A ação faz parte da preparação para a Rio+30 Cidades, no primeiro semestre de 2022.
“Estudos serão realizados para selecionar novas áreas para a criação de novas Unidades de Conservação Marinha no município. Uma das prioridades é assegurar o trajeto da rota migratória da baleia jubarte no litoral carioca”, antecipou ao DIÁRIO DO PORTO a bióloga Simone Pennafirme, que gerenciará o núcleo. Segundo ela, o processo não é rápido: as novas áreas deverão passar ainda por estudos de viabilidade em diferentes etapas.
35 pesquisas em andamento
O projeto da Secretaria de Meio Ambiente da Cidade contará com apoio técnico do AquaRio, que promove estudos sobre a conservação da biodiversidade marinha ao longo de quase cinco anos. A instituição conta hoje com 35 pesquisas em andamento, como a reprodução de tubarões e raias no litoral carioca e a restauração de recifes de corais. A novidade foi anunciada nesta terça-feira, 8, Dia Mundial dos Oceanos.
Com 246 quilômetros de litoral e duas baías urbanas, o Rio de Janeiro sustenta boa parte da atividade econômica com o oceano. Segundo Simone, que é doutora em Biologia Marinha pela Universidade Federal Fluminense (UFF), a criação do Núcleo fortalecerá a pesquisa marinha já realizada pelos centros de estudos do Rio e estabelecerá novas parcerias entre a ciência e a gestão de políticas públicas para os oceanos.
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“É colocar em prática o lema da Década dos Oceanos – ‘A Ciência que precisamos para o Oceano que queremos’“, afirma a bióloga. O Núcleo conta já com a colaboração do AquaRio para utilização do equipamento no desenvolvimento de pesquisas acadêmicas junto às universidades. “As parcerias com as universidades e institutos vêm no intuito de contribuir para a geração do conhecimento necessário para a criação de novas Unidades de Conservação”, disse Simone.
Eduardo Cavaliere, secretário de Meio Ambiente da Cidade, disse que a criação do Núcleo de Vida Marinha na Década dos Oceanos “demonstra o compromisso da Prefeitura com a ciência e coloca a cidade na vanguarda climática, retomando o seu protagonismo ambiental”. Para Marcelo Szpilman, presidente de honra e idealizador do AquaRio, é fundamental que “numa cidade contornada pelo mar o poder público reconheça a importância de ter um trabalho voltado para a conservação do ambiente marinho”.