O Rio de Janeiro foi citado como exemplo de protagonismo climático no relatório De Paris a Belém – Uma Década de Liderança Climática Local, divulgado pelas redes C40 Cities e Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia (GCoM). O documento, que será debatido na COP30, avalia os avanços de governos locais desde o Acordo de Paris, firmado em 2015, e destaca experiências que apontam soluções concretas para a crise climática.
O relatório apresenta três iniciativas lideradas ou com participação do Rio: o projeto Conexão Mata Atlântica, que apoia práticas sustentáveis em mais de 2.680 hectares com produtores rurais desde 2017; o programa Cidades Modelo Verdes e Resilientes, lançado pelo Governo Federal com previsão de implantação em 50 municípios, incluindo o Rio; e a Unidade de Biometanização da Comlurb em parceria com a UFMG, que transforma 3 mil toneladas de resíduos orgânicos por ano em energia e composto para uso agrícola.
O estudo mostra que grandes cidades são responsáveis por cerca de 70% das emissões globais de gases de efeito estufa. Por outro lado, aponta que a ação local tem avançado em áreas como transporte limpo, soluções baseadas na natureza e gestão de resíduos. Desde 2015, as cidades da rede C40 reduziram suas emissões per capita em 7,5%. No total, mais de 13.700 cidades e regiões estão implementando estratégias de mitigação e adaptação climática.
O documento também analisa o impacto da Coalizão CHAMP (Coalizão de Parcerias Multinível de Alta Ambição para Ação Climática), criada na COP28. A coalizão, que hoje reúne 75 países, busca integrar estados, cidades e regiões às metas nacionais de clima. O Brasil, um dos signatários, incorporou em 2024 o princípio do federalismo climático em sua nova NDC – a contribuição determinada nacionalmente no Acordo de Paris.
A realização da COP30 em Belém, em dezembro, reforça o papel do Brasil na agenda climática global. O relatório destaca que há soluções já disponíveis, com mais de 2.500 projetos divulgados por cidades ao redor do mundo, totalizando US$ 179 bilhões em investimentos potenciais. O desafio, segundo os autores, é garantir o financiamento necessário para ampliar essas ações em escala.
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