Cinthia Karina Fonseca
Jornalista
A primeira vez que ouvi falar sobre aquecimento global foi em 2006, quando o então vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, lançou o documentário “Uma Verdade Inconveniente”. Eu tinha 14 anos. Segundo a obra cinematográfica, o planeta estava esquentando devido às ações do homem, e as mudanças climáticas, consequências destes atos, seriam desastrosas caso não houvesse uma intermediação imediata dos líderes mundiais.
O tempo mostrou que Al Gore estava certo. Presenciamos o aumento dos desastres naturais como terremotos, degelo, aumento do nível dos oceanos, alteração do regime de chuvas e inundações de proporções bíblicas.
Apesar da onda negacionista que contamina boa parte do mesmo planeta, incluindo o Brasil, as mudanças climáticas são uma realidade incontestável. “A mudança climática não é apenas um dos inúmeros problemas que a humanidade enfrenta. É ‘o’ problema”, afirmava o saudoso ambientalista Alfredo Sirkis. Sendo assim, é cada vez mais imperioso governo e sociedade civil tomem medidas para enfrentar e mudar a realidade.

Dessa forma, passei a pesquisar sobre como eu poderia fazer a minha parte. Foi quando conheci a Rede Kigali, que tem como objetivo ajudar a reduzir o consumo de energia elétrica dos aparelhos de ar condicionado para que o Brasil aproxime-se das melhores práticas internacionais. Atualmente, uma em cada cinco residências brasileiras possui pelo menos um ar-condicionado. Com o aumento da temperatura do planeta, o número só tende a crescer.
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Ar condicionado contribui para as mudanças climáticas
O aparelho é queridinho do brasileiro, principalmente no verão, mas também um dos principais vilões do meio ambiente devido à emissão de gases com alto potencial de efeito estufa, os hidrofluorcarbonetos (HFCs). Estima-se, aliás, que o ar-condicionado seja o principal item no consumo de energia elétrica no País, o que tem colaborado para o aumento dos picos de demanda de energia – momentos do dia em que há um uso mais intenso de equipamentos elétricos.

A maior parte da geração de energia no Brasil vem de fontes renováveis. No entanto, muitas vezes é necessário acionar usinas termelétricas, que por sua vez são movidas por derivados de petróleo e acabam liberando gases poluentes na atmosfera.
O que a Rede Kigali se propõe é justamente conscientizar a população para a importância de aparelhos mais eficientes, que são menos poluentes e ainda consomem menos energia. Este ano, lançaram a campanha “Se Liga na Conta do Ar-Condicionado” para orientar sobre as vantagens desse tipo de equipamento para o bolso do consumidor e para o planeta. Pequenas atitudes podem fazer a diferença.