Até o próximo dia 12 de setembro, a Cdurp (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro), empresa da Prefeitura, aceitará propostas para a venda de um terreno de 4.900 metros quadrados no Porto Maravilha, com lance mínimo de R$ 13,6 milhões.
A venda, pela modalidade de concorrência pública, será feita para a oferta de maior valor. O lance mínimo equivale a cerca de R$ 2,8 mil por metro quadrado.
O terreno que está sendo vendido pela Cdurp fica no bairro do Santo Cristo, em área que já foi ocupada por galpões de escolas de samba do grupo de acesso, na rua Equador, 196, esquina com a avenida Pereira Reis. A demolição das antigas estruturas foi feita no ano passado.
Claudio André de Castro, diretor da Sergio Castro Imóveis, empresa que desde 2008 atua na área do Porto, diz que é difícil avaliar o valor de um terreno sem um estudo detalhado sobre o que pode ser feito nele. Mas torce para que o futuro comprador dê prioridade a empreendimentos residenciais.
“Quem comprar esse terreno no Santo Cristo terá feito um investimento que vai valer a pena no longo prazo. Principalmente se for voltado para um futuro lançamento residencial, que é o que realmente apresenta demanda”, afirma o diretor.
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Para Castro, o grande investimento realizado nas obras de revitalização dos bairros da região portuária tem que ser aproveitado pelo maior número possível de pessoas. “Não se gasta todo esse dinheiro para usar uma infraestrutura cara por cinco dias na semana. Queremos que seja usada durante sete dias da semana. O Porto tem que ter mais moradores.”
Vizinhos ao terreno ficam estações do VLT e os hotéis Intercity e Novotel Porto Atlântico. Esse último está instalado em um centro comercial com três torres de escritórios já construídas. Estimativas da Cdurp apontam que a região portuária tem capacidade para 400 mil moradores, que hoje não passam dos 30 mil. Somente 0,47% da população do Rio reside nos bairros do Porto, apesar de 35% dos empregos da cidade estarem no Centro.
Promessas no papel
Em agosto de 2018, houve a promessa de construção de 5 mil casas populares do programa Minha Casa Minha Vida na região portuária, feita pelo Governo Federal. Na época, o então Ministério das Cidades disse que aguardava o envio do projeto pela Prefeitura.
Em resposta, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação informou que já estava estudando a localização desses imóveis, mas não revelou quais seriam as opções no Porto. Os custos e a escolha das empresas que fariam a obra seriam de responsabilidade da Caixa Econômica Federal. Um ano se passou e não se tem notícia de que o projeto tenha avançado.