O ambientalista e ex-deputado Alfredo Sirkis morreu em um acidente de carro, em julho do ano passado. Agora, será homenageado, em Niterói, pelo seu trabalho em favor do meio ambiente. Naquela cidade, o Parque da Orla de Piratininga, planejado para proteger e recuperar os ecossistemas da lagoa e o seu entorno, vai se chamar Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis.
O projeto faz parte do Programa Região Oceânica Sustentável (PRO-Sustentável), financiado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina. O investimento é de aproximadamente R$ 47 milhões.
A iniciativa, que recebeu reconhecimento internacional, contempla a recomposição vegetal da orla da Lagoa, abrangendo uma área de mais de 150 mil metros quadrados. O grande diferencial será a implantação de um sistema de gestão de águas pluviais composto por bacias de sedimentação, jardins filtrantes, jardins de chuva e biovaletas para a captação e tratamento das águas.
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Com a criação do Parque serão implantados 10 quilômetros de sistema cicloviário ao longo de toda a orla, píeres de contemplação e de pesca, mirantes e áreas de lazer, quadras de esporte, além de brinquedos e academia de ginástica.
“As obras do Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis seguem avançando. A recuperação da Lagoa de Piratininga será uma das marcas sustentáveis de Niterói e permitirá que a população volte a contemplar uma das paisagens mais belas da nossa cidade”, disse o Prefeito Axel Grael, em sua rede social.

Homenagem a Alfredo Sirkis
O Parque Alfredo Sirkis tem a assinatura do prefeito Axel Grael, engenheiro florestal que tem atuado pela preservação das áreas verdes da cidade e limpeza das praias e lagoas.
Jornalista, escritor, roteirista de TV e cinema, gestor ambiental e urbanístico e ex-parlamentar, Alfredo Sirkis, teve uma trajetória singular na política brasileira. Depois de participar de movimentos estudantis, participou da luta armada contra a ditadura militar e viveu no exílio por sete anos.
Ele contou sua história no livro Os carbonários, que mereceu o Prêmio Jabuti em 1981. Ativista ambiental, ajudou a criar o Partido Verde e foi seu presidente durante alguns anos. Quando deputado federal (2011-2015), presidiu a Comissão Mista de Mudança do Clima do Congresso Nacional (CMMC) e foi um dos vice-presidentes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
Sua ultima atuação foi como diretor executivo do Centro Brasil no Clima (CBC), e lançou o livro “Descarbonário”, uma obra com características autobiográficas concluída 40 anos depois do clássico de 1980.