O Palácio Gustavo Capanema, localizado no Centro do Rio de Janeiro, será reaberto depois de uma década de reformas. Segundo o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass Peixoto, o prédio passará a ter ocupação voltada prioritariamente para atividades culturais, em vez de administrativas.
A previsão é de que o prédio seja aberto ao público em janeiro, e o funcionamento pleno vai ocorrer conforme forem concluídas as etapas do projeto, que é realizado sob a responsabilidade do Ministério da Cultura (MinC). A ocupação cultural do Palácio Capanema será feita ao longo do primeiro semestre de 2025.
História do Palácio Gustavo Capanema
O Capanema foi inaugurado em 1945 por Getúlio Vargas. Projetado na década de 1930 por arquitetos como Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, com consultoria do franco-suíço Le Corbusier, o edifício é tombado pelo Iphan desde 1948. Sua reabertura deve reforçar o pedido do Brasil à Unesco para que o edifício seja reconhecido como Patrimônio Mundial Cultural.
O prédio passou por períodos de abandono e chegou a ser incluído em um leilão de imóveis da União projetado pelo governo de Bolsonaro, em 2021, mas a venda foi impedida pela Justiça. Antes disso, o edifício já abrigou o Ministério da Educação e Saúde e foi palco de manifestações políticas e artísticas ao longo de sua história. Atualmente, o local é visto como um símbolo da preservação do patrimônio cultural e um espaço de revalorização artística no Centro da cidade.
Reformas e atividades culturais
Considerado um marco da arquitetura brasileira, o edifício vai contar com programas relacionados, de forma direta e indireta, com o modernismo. Entre as principais novidades, destacam-se a criação de salas multiúso nos 14º e 15º andares para exposições e atividades culturais, como dança e artes visuais.
A Fundação Nacional de Artes (Funarte) vai ser a primeira instituição a ocupar o edifício, com ocupação no 9º, 10º e 11º andares. Outros órgãos, como seções da Biblioteca Nacional e centros de pesquisa do Iphan, também vão transferir suas sedes para o local em 2025.
No primeiro andar, sobre pilotis, foram reestruturados o Auditório Gilberto Freire e o salão de exposições. Enquanto isso, no segundo, o jardim projetado por Roberto Burle Marx foi restaurado, junto com a escultura “Mulher Sentada”, de Adriana Janacópulos, um painel de Candido Portinari e uma sala de exposições. Originalmente, este andar foi o local do gabinete do ministro do antigo Ministério da Educação e Saúde, cargo ocupado por Gustavo Capanema, durante a presidência de Getúlio Vargas.
Além de abrigar exposições e acervos históricos, o prédio recebeu investimentos em climatização e infraestrutura moderna. Um dos andares deverá receber uma exposição permanente sobre Oscar Niemeyer. O terraço do 16º andar, onde antes funcionava um restaurante, será reaberto ao público com um café e um jardim que integra um projeto paisagístico de Roberto Burle Marx.
Andares do Capanema
- Térreo: Sala Sidney Miller/Funarte: para espetáculos de teatro e música
- 1° andar: Auditório Gilberto Freire e salão de exposições
- 2° andar: hall com painel de Portinari e área de exposição
- 3° ao 5°andar: seções da Biblioteca Nacional
- 6° ao 8° andar: Centro de Documentação do Patrimônio (CDP) e Centro Lucio Costa (CLC), do Iphan
- 9° a 11° andar: Funarte
- 12° andar: Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e Fundação Casa Rui Barbosa/Cátedra Unesco
- 13° andar: Ministério da Cultura (MinC)
- 14° e 15° andares: salas multiúso
- 16° andar: terraço com jardim e café
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