O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou nesta quinta-feira (25) que o Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, deve ultrapassar o Aeroporto de Guarulhos na recepção de visitantes estrangeiros. Nos dois primeiros meses de 2025, o terminal registrou a chegada de mais de 473 mil turistas internacionais, o maior fluxo para o período desde 1977. Paes fez a previsão durante a cerimônia de assinatura de ajuste na concessão do aeroporto do Rio.
O ajuste, aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), prevê um processo competitivo simplificado que funciona na prática como um novo leilão, com lance mínimo de R$ 932 milhões, previsto para ocorrer até março de 2026.
O termo estabelece que a Infraero, estatal administradora de aeroportos, deixará de possuir 49% da concessão atual do Galeão. Os outros 51% pertenciam à empresa Changi, de Singapura, que recentemente vendeu 70% de suas ações à brasileira Vinci Compass.
Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, presente na cerimônia de assinatura, o novo modelo de gestão consolida o Galeão como uma das principais portas de entrada do país. A previsão é de que o aeroporto atinja 18 milhões de passageiros em 2025 e 22 milhões em 2026.
Galeão teve recuperação negociada entre Lula e Paes
Costa Filho afirmou que o novo leilão vai negociar 100% da concessão e a Changi e Vinci poderão participar da disputa, além de outras empresas interessadas. “Não faltam interessados, porque o Galeão passou a ser um ativo valorizado. É uma estrutura pronta depois desse reequilíbrio”, disse. “Tudo indica que a própria Vinci e a própria Changi querem continuar. Naturalmente, vão ter o seu direito democrático de poder participar desse leilão.”
A recuperação do Galeão é um processo que ocorre desde agosto de 2023, quando o presidente Lula, após ouvir o prefeito Eduardo Paes e setores empresariais, determinou que as autoridades federais regulassem o espaço aéreo do Rio, com a transferência de voos nacionais do Aeroporto Santos Dumont para o Galeão. Isso evitou a continuidade da superlotação do Santos Dumont, ao mesmo tempo em que trouxe novas linhas ao Galeão, atraindo mais conexões e voos internacionais.
Na cerimônia, o ministro Costa Filho falou em nova retomada do crescimento de passageiros no Santos Dumont, processo que é desejado por parte do segundo escalão do Governo, em busca de preparar o aeroporto central do Rio para uma eventual privatização. A proposta, que não foi detalhada pelo ministro, naturalmente vai sofrer resistência das entidades do Rio e do prefeito Eduardo Paes, que fizeram gestões junto a Lula para a valorização do Galeão, processo que pode ser novamente ameaçado.