O Porto de Itaguaí, administrado pela Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), acaba de completar 40 anos com pique de jovem, de olho nos próximos 40 anos e com a mão na massa para melhorar a infraestrutura. É o maior porto público do Brasil na movimentação de minério de ferro. Em 2021, foi o segundo em movimentação de cargas, segundo o Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
O superintendente de Gestão Portuária de Itaguaí e Angra dos Reis, Alexandre Neves, lembra que muita coisa mudou em 40 anos. Tudo começou quando o Porto de Sepetiba foi concebido para atender à Companhia Siderúrgica Nacional na importação de carvão visando à produção de aço. Simultaneamente, foi construído o terminal de alumina da Valesul. Depois, o terminal arrendado de minério de ferro da Vale-CPBS e o terminal arrendado de contêiner e carga geral da Sepetiba Tecon.

“Estamos aprimorando cada vez mais nossas condições operacionais e de infraestrutura, que atendam às necessidades do mercado com segurança e qualidade”, diz Neves. Ele listou seis pontos fortes do Porto de Itaguaí para continuar crescendo e se consolidando entre os maiores.
Acesso Aquaviário
Adequações realizadas: alargamento e aprofundamento do canal principal para navios ‘tipo’ que surgiram com os terminais e novas cargas; criação de novas áreas de fundeio que proporcionaram ganhos de produtividade aos terminais e crescimento na movimentação de cargas; e implementação do ‘Canal Derivativo’, que permitiu um acesso ao porto da entrada da Baía de Sepetiba até os terminais.
Acesso Terrestre
A Docas do Rio investiu na ampliação da portaria principal, com novos portões para adequar o porto à duplicação da Rodovia Rio-Santos e ao Arco Metropolitano. Modernização da iluminação e sinalização das pistas para aumentar a segurança ao tráfego de veículo. Investimentos no acesso ferroviário para ampliação dos ramais. “Os terminais arrendados investiram em novos equipamentos operacionais que potencializaram a capacidade de recebimento, embarque e desembarque de mercadorias no porto”, conclui o superintendente.
Movimentação de cargas
Segundo o Estatístico Aquaviário da agência reguladora, em 2021 o Porto de Itaguaí movimentou 51,7 milhões de toneladas, um incremento de 11,9% em relação a 2020. Desse total, 44,8 milhões foram de minério de ferro (87%).
Investimentos Privados
O Porto de Itaguaí conta com dois terminais de minério, arrendados para as empresas CSN Mineração e Vale, além de um terminal de contêineres, cuja arrendatária é a empresa Sepetiba Tecon, do grupo CSN. Essas três parceiras de negócios têm um montante de investimentos previstos que supera R$ 4 bilhões para os próximos anos.
Novos Negócios
Com mais de 2 milhões de metros quadrados de área disponível, o Porto prepara licitação de uma área de apoio operacional e dois terminais de granéis sólidos. Os projetos estão em curso, e os investimentos previsto são superiores a R$ 3 bilhões. Pelos planos da Empresa de Pesquisa Energética, o Porto de Itaguaí será conectado por uma dutovia às bacias produtoras de óleo e gás do pré-sal, o que o tornará um hub da indústria de gás e energia, com potencial para atrair indústrias com uso intensivo de energia no seu processo produtivo.
Sustentabilidade
Recentemente, o Porto de Itaguaí teve seu licenciamento ambiental renovado para os próximos seis anos. Na busca de mitigar impactos ambientais, os investimentos mencionados contemplam obras e equipamentos para tornar as operações mais limpas e seguras. Estão sendo elaborados projetos sociais de apoio às comunidades vizinhas. São muitos empregos na consolidação do Porto de Itaguaí como um polo industrial e de logística.