Duas operações de origens diferentes começaram a combater construções ilegais na Zona Oeste da cidade, erguidas por integrantes de milícias, grupos criminosos que atuam no Rio.
O Ministério Público do Estado realizou prisões contra acusados de construir um condomínio residencial em área de preservação ambiental, no bairro da Taquara, em Jacarepaguá. A Prefeitura, por sua vez, continua a demolição de cerca de 200 imóveis, a maioria do comércio, erguidos às margens do canal Rio das Pedras, em terrenos sujeitos à enchentes.
O condomínio da Taquara foi iniciado em 2012 e tem o nome de Bosque Pedra da Boiúna. Segundo o Ministério Público, o líder do grupo criminoso que realizou as obras é um capitão da Polícia Militar.
Mesmo com as prisões sendo executadas, ainda era possível verificar, em sites da internet, ofertas de imóveis no condomínio, com entradas a partir de R$ 30 mil.
A Secretaria Municipal de Urbanismo confirmou que o loteamento é clandestino e que não é possível a sua regularização. Ao fazer as obras, o grupo destruiu a vegetação de áreas protegidas e falsificou documentos.
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Para dar aparência de legalidade à comercialização dos terrenos e casas, a quadrilha opera por meio de uma empresa de construção, cujo titular é um dos milicianos. A publicidade e a venda dos imóveis é feita por anúncios em redes sociais, sites de classificados e do aplicativo Whatsapp, além da comercialização no próprio local.
Já em Rio das Pedras, a Prefeitura do Rio enfrentou a resistência de moradores quando iniciou na segunda-feira, 10 de março, a demolição dos primeiros 131 boxes comerciais, erguidos sem licença ao lado do canal. Houve enfrentamentos e os manifestantes foram dispersados com bombas de gás.
Antes de serem derrubados, os estabelecimentos foram notificados para a desocupação do local, que está em área não edificante, sujeito às enchentes, erosão e desabamento. As ocupações também promovem a obstrução da calha do rio, impedindo sua dragagem.
Além dos boxes comerciais, há também moradias no local e cerca de 30 famílias serão removidas e passarão a receber o Auxilio Habitacional Temporário, no valor de R$ 400,00 mensais.