Com conteúdo da Agência Brasil
Neste fim de semana, e nos próximos até o fim do verão, os pilotos de embarcações no Rio de Janeiro, especialmente no entorno da Baía de Guanabara, precisam redobrar o cuidado. Pilotar não combina com bebida alcoólica. E quem não pensa assim tem um motivo a mais para rever sua ideia equivocada. A Operação Marítima, uma parceria da Lei Seca com a Capitania dos Portos, está de antenas ligadas para barrar os irresponsáveis.
No sábado passado, a Operação Marítima atuou na Lagoa de Marapendi (Barra da Tijuca) e no bairro da Urca para prevenir acidentes marítimos em decorrência da mistura de bebida e direção. Os agentes também estiveram no domingo em Itaipu, Niterói.
Os trabalhos continuarão durante o verão por todo o estado. Os agentes de educação da Lei Seca atuam com a equipe de inspeção dentro das embarcações, percorrendo áreas marítimas com grande fluxo turístico. É distribuído material educativo a condutores, tripulação e passageiros.
Também nas áreas de embarque e desembarque das marinas, estarão de prontidão os agentes de educação (cadeirantes) visando reforçar a mensagem principal da operação que é “Nunca dirija depois de beber”.
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Na avaliação do secretário de Governo e Relações Institucionais, Gutemberg Fonseca, a conscientização evita acidentes e a morte. “A ideia é expandir a Lei Seca, pegando todo o litoral e expandindo pelo interior do estado. Estamos gratos com essa parceria com a Marinha. A operação acontece no verão porque é a época em que aumentam em 40% os acidentes em geral, não só no mar. Atuaremos nos fins de semana, levando o primórdio da Lei Seca: preservar a vida humana”, afirmou Fonseca.
Ele disse que a Operação Marítima vai acontecer periodicamente com o apoio das outras ações da Secretaria de Governo: a Bomba Limpa da Barreira Fiscal e a Segurança Presente. Em caso de alcoolemia do condutor, a Capitania dos Portos fará a autuação.
Acidentes
Levantamento feito pela Capitania dos Portos mostra que – entre dezembro de 2017 e março de 2018 – foram registrados oito acidentes com embarcações marítimas no estado.
Para a coordenadora da Operação Lei Seca, delegada Verônica Stiepanowez, “a Marinha, como já faz uma fiscalização de acordo com a Lei Marítima, precisava de um apoio e oferecemos essa parceria na parte de prevenção. Então, juntamos a prevenção mais a fiscalização, que é o lema da Lei Seca, agora estendido às embarcações”.
Além de utilizar o etilômetro, também conhecido como bafômetro, as equipes avaliam todas as condições de segurança, incluindo documentação, equipamentos obrigatórios e quantidade de passageiros por embarcação.
Campeão olímpico
A realização de ações de fiscalização e prevenção no mar pode evitar acidentes como o ocorrido em 6 de setembro de 1998, que resultou na amputação da perna direita do iatista e campeão olímpico Lars Grael, quando participava de uma regata na praia de Camburi, em Vitória (ES).
O barco onde estava Grael foi atropelado pela lancha Laguna, dirigida pelo empresário Carlos Guilherme de Abreu e Lima. O laudo pericial da Capitania dos Portos do Espírito Santo atestou que o empresário pilotava a lancha em velocidade acima do permitido, tendo invadido a área onde ocorria a regata.
O laudo do Departamento Médico Legal da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Espírito Santo confirmou que o piloto da lancha havia ingerido álcool.
O documento revela que foi encontrado no sangue de Carlos Guilherme 1,5 grama de álcool por litro, pela tabela Roger Douris, que serve como referência para medir o teor alcoólico. Esse teste aponta embriaguez a partir de 1,6 grama de álcool por litro.