Os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, tiveram profundo efeito no mercado imobiliário da cidade. Isso é o que demonstra o estudo “Panorama do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro — 10 anos”, lançado pelo Secovi Rio (Sindicato da Habitação no Rio (Secovi Rio).
De acordo com o estudo, de janeiro de 2010 a janeiro de 2016, o valor médio na cidade do metro quadrado residencial para venda subiu de R$ 4.317 para R$10.208. Ao fim dos Jogos, houve queda continua, chegando aos R$ 9.387 registrados em janeiro passado.
Já o preço do metro quadrado para locação, passou de R$ 20,87, em janeiro de 2010, para R$ 38,40, em janeiro de 2015, caindo depois para os R$ 31,95, deste ano.
O período pré-Olimpíadas foi caracterizado por grandes investimentos em infraestrutura na cidade, como o Porto Maravilha, que requalificou os bairros da Região Portuária; a extensão do metrô até a Barra da Tijuca; a construção dos Parques Olímpicos, em Jacarepaguá e Deodoro; a construção da nova pista do viaduto do Joá e a extensão das linhas do BRT.
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O grande investimento em infraestrutura gerou uma situação de pleno emprego na cidade, com atração de profissionais de outras localidades para o Rio. Essa situação mesclou-se a um cenário atrativo também no setor petrolífero, nos primeiros anos. Tudo ajudou para pressionar os valores dos imóveis e dos aluguéis para cima.
Na opinião de Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi Rio, após as Olimpíadas começou o declínio do mercado imobiliário. “O projeto de transformação previsto para a cidade atraiu muitos investimentos, mas depois o Rio não era mais a bola da vez”, afirma Leonardo.
Enquanto a cidade se preparou para os Jogos de 2016, houve valorização de mais de 200% nos preços de venda dos imóveis. “Quando o mercado parou, o preço não abaixou rapidamente porque os proprietários costumam esperar. Já a locação é mais sensível, e o valor se ajusta rapidamente”, analisa o vice-presidente do Secovi Rio.
O Secovi Rio acredita que 2020 será um ano de melhora no mercado imobiliário do Rio, com novos lançamentos e ampliação das vendas. Em São Paulo, esse movimento já foi sentido no ano passado com crescimento de quase 50%, principalmente na faixa de imóveis residenciais para baixa renda.
“O mercado está com boas opções de crédito imobiliário e de financiamento e com taxas mais atrativas. O custo para financiar está mais barato. Já era uma realidade em São Paulo e é agora no Rio também”, aposta Leonardo.