O livro “A orla do Rio”, recém-lançado pela editora ID Cultural, mostra como, desde a fundação no século 16, os cariocas e visitantes da Cidade Maravilhosa se envolveram com os atrativos do seu litoral, que vai das regiões centrais da Baía de Guanabara até a Restinga de Marambaia, no extremo da Zona Oeste.
Segundo Pedro Tinoco, autor do livro em parceria com o fotógrafo Euri Bezerra, essa relação demorou para se transformar em um caso de paixão. “O Rio demorou a dar bola para suas praias, nos primórdios usadas para o descarte de dejetos de uma cidade sem saneamento. A ideia de lazer na orla começa com casas de banho no Centro, mas o grande impulso do charme praiano carioca nasce com a conquista da Zona Sul”, afirma Tinoco, que é jornalista de O Globo.
A descoberta da Zona Sul como nova fronteira de lazer começou com a abertura dos túneis Velho (1892) e Novo (1906), que a partir de Botafogo levaram à ocupação dos bairros do Leme e de Copacabana e, por extensão, de Ipanema e Leblon.
A orla do Rio está no foco desde Estácio de Sá
A relação dos cariocas com as praias e o mar pode ser contada desde as batalhas dos portugueses contra os invasores franceses e seus aliados, os índios tamoios, na Baía de Guanabara. Em 1º de março de 1565, o português Estácio Sá fundou o Rio em uma ocupação precária, entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar. Dois anos depois, o núcleo da povoação foi transferido para local mais seguro, no Morro do Castelo, destruído no começo do século 20.
Em “A orla do Rio”, os autores trazem história e imagens de vários pontos das praias cariocas. Além disso, há os relatos de vida de seis personagens que estão ligados à vida nas areias da cidade.
São nomes como os do publicitário Caiuby Nunes da Costa, de 84 anos, pioneiro do vôlei de praia e guardião das memórias do Leme, ou da pequena Nina Gomes, de 6 anos, símbolo da defesa das praias, em ações de limpeza no Posto 6, em Copacabana.