O e-Navigation e os navios autônomos, ou navegação 4.0, são o futuro dos negócios no ambiente do Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro (CTN-RJ). Esse foi o tema do painel apresentado por Carlos Erane de Aguiar, vice-presidente da Firjan, presidente do Conselho de Administração do CTN-RJ e diretor-presidente do Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (Simde), no 1º Fórum Brasileiro de Inteligência Artificial para Navios e Navios Autônomos.
“O e-Navigation ou navegação aprimorada está entre os projetos de modelos de negócios que estão sendo discutidos no ambiente do Cluster marítimo do estado. A sedimentação desse conceito permitirá um tráfego de dados mais eficiente desde o porto de origem, em qualquer parte do planeta, até seu destino, agilizando operações de serviços alfandegários, sanitários, tributários, de segurança marítima, de navegação e de meteorologia, entre outros”, explicou Erane.
Segundo Erane, que também é presidente do Conselho Empresarial de Defesa e Segurança Pública da Firjan, novas tecnologias poderão ser agregadas às infraestruturas portuárias, observando o conceito da indústria 4.0 na automatização e digitalização dos portos por meio de robótica, big data, internet das coisas (IoT), blockchain e inteligência artificial. “É nesse mesmo cenário que os navios autônomos também se apresentam como uma tendência, que evolui rapidamente nas tratativas para a regulamentação da operação de sistemas marítimos autônomos”, contextualizou.
Diante do que vem se intensificando no Rio de Janeiro com o desenvolvimento das novas tecnologias, Erane sinalizou que há novas oportunidades de negócios surgindo. Mas acredita que ainda é preciso consolidar um arcabouço legal que ampare o emprego dessas tecnologias, proporcionando mais segurança jurídica aos empreendedores do setor.
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Cooperação naval tecnológica
Na esteira da consolidação de um hipercluster marítimo brasileiro, o CTN-RJ se encontra em vias de assinar um acordo de cooperação técnica com o cluster marítimo de Santa Catarina e com o do Rio Grande do Sul. “Estamos com esperança de que o cluster se propague e se consolide no Brasil inteiro”.
Erane ressaltou ainda que o estado do Rio é sede do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), centro dedicado ao estudo de inteligência artificial e que dispõe de infraestrutura de alto desempenho. “No Rio também se encontra o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Virtuais de Produção, da Firjan, que é membro do Centro de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial para Indústria 4.0, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações”, acrescentou.