O Museu Nacional, incendiado em 2018, só deve reabrir em 2026, depois de concluídas as obras de recuperação. Mas já começam os movimentos para reconstituir seu acervo, que teve 85% de suas 20 milhões de peças destruídas pelo fogo. Entre as novas atrações do museu deverá estar a esmeralda Bahia, avaliada em R$ 6 bilhões, e que a Advocacia Geral da União (AGU) espera repatriar dos Estados Unidos.
A esmeralda foi contrabandeada para fora do Brasil em 2001, depois de ter sido descoberta em uma mina na cidade de Pindobaçu, no norte da Bahia. Em dezembro de 2024 a Justiça dos EUA reconheceu que a pedra está naquele país e determinou sua devolução ao Governo brasileiro. Ainda não há data definida para o transporte da esmeralda, que pesa aproximadamente 380 quilos, mas a AGU já determinou que ela será futuramente exposta no Museu Nacional, quando a instituição voltar a funcionar normalmente, na Quinta da Boa Vista, na Zona Norte carioca.
Há várias versões sobre a saída ilegal da pedra para fora do Brasil. Em 2017, uma decisão da Justiça Federal em Campinas condenou os empresários Elson Alves Ribeiro e Ruy Saraiva Filho pelos crimes de receptação, uso de documento falso e contrabando da esmeralda. Para uma reportagem do Fantástico, o garimpeiro Alderaci de Carvalho contou que comprou a esmeralda e depois a vendeu por R$ 45 mil.
Depois de ser retirada da Bahia, a pedra foi levada para São Paulo e transferida para Nova Orleans, nos Estados Unidos. Ela ficou guardada em um depósito até 2005, que foi inundado pelo furacão Catrina. A pedra foi recuperada por mergulhadores locais. Em 2008, depois de ser roubada, a pedra foi recuperada em Las Vegas pela polícia de Los Angeles, que, desde então, está com a esmeralda sob custódia.
Museu Nacional passa por obras de R$ 380 milhões
Enquanto isso, no Rio, continuam as obras do Museu Nacional, com intervenções nas fachadas de trás do edifício. O incêndio, de 2 de setembro de 2018, foi investigado pela Polícia Federal, que concluiu não ter havido conduta criminosa nem culpados. O fogo, iniciado provavelmente em um aparelho de ar-condicionado, destruiu partes do prédio e documentos, objetos históricos, fósseis, múmias, mobiliário, coleções de arte e estudos científicos. As obras de reconstrução foram iniciadas em novembro de 2021, depois de 3 anos de retirada de escombros e contenção da estrutura, além de atrasos em decorrência da pandemia.
O orçamento anunciado para a recuperação foi de R$ 380 milhões, dos quais R$ 254 milhões foram gastos na primeira fase de obras.
O Museu Nacional é uma instituição autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro e vinculada ao Ministério da Educação. Como museu universitário, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem perfil acadêmico e científico.