Em reconstrução há quase dois anos, o Museu Nacional, da UFRJ, recebeu um reforço de 50 fósseis para sua coleção. Em setembro de 2018, 80% do rico acervo foram perdidos no incêndio que destruiu a sede da instituição, o Paço de São Cristóvão. As peças, do período Cretáceo Superior, têm mais de 75 milhões de anos e vêm da região de Bagua Grande, no Peru. A ideia, segundo a diretoria do Museu, é firmar parcerias internacionais para aportes financeiros e doações de acervos científicos originais.
Os fósseis de amonites, equinoides, moluscos bivalves e gastrópodes foram encontrados em atividades de campo realizadas pelo professor brasileiro Daniel Sedorko, do Museu Nacional, e doadas pelo governo peruano, para serem integrados à coleção do Laboratório de Paleoinvertebrados da instituição científica brasileira.
Sedorko ficou 14 dias em campo. Fizeram parte da expedição 10 pesquisadores, entre brasileiros da UFRJ, USP e Unicamp; peruanos e especialistas dos Estados Unidos e da Síria. A coordenação geral do projeto é de Max Langer, da Unicamp. Sedorko atuou em parceria com pesquisadores da Universidade Nacional de Trujillo e do Instituto Geológico, Minero y Metalúrgico (INGEMMET), instituições peruanas.
Segundo o professor, esses fósseis ocorrem em rochas que foram depositadas em ambientes marinhos e costeiros. Além dos invertebrados, também são encontrados dinossauros saurópodes e crocodilos.
Reconstrução do Museu Nacional
Enquanto os diversos departamentos do Museu dão continuidade à produção científica e acadêmica, as obras no palácio avançam. No início do mês, a instituição comemorou 205 anos com uma programação especial na Quinta da Boa Vista.
A reconstrução do Museu Nacional é coordenada pelo Projeto Museu Nacional Vive, uma cooperação técnica firmada entre a UFRJ, a UNESCO e o Instituto Cultural Vale. A iniciativa captou 60% do orçamento estimado para as obras, que está atualmente em R$ 445 milhões. A evolução do projeto está disponível no site.
Em setembro de 2022, em meio às celebrações do Bicentenário da Independência do Brasil, foi inaugurada a fachada principal do Paço inteiramente restaurada, juntamente com o Jardim Terraço. Em maio deste ano, todas as fachadas e coberturas do bloco histórico do palácio foram restauradas.
Outras frentes importantes de trabalho em curso são as ações de monitoramento, prospecção e resgate arqueológico do sítio histórico com o acompanhamento de órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A expectativa é que o palácio seja parcialmente aberto a partir de junho de 2024. Até 2028, o Museu Nacional será inteiramente devolvido à sociedade, com quatro circuitos expositivos.
LEIA TAMBÉM:
Ilha Fiscal reabre para visitas em julho
Aeroporto de Maricá é um dos mais sustentáveis do país, segundo Anac
Roda Gigante Yup Star Rio garante um giro pela beleza da cidade