Quando o esqueleto metálico de 15 mil metros quadrados, inspirado nas bromélias do Jardim Botânico, começou a subir no píer da Praça Mauá, já se podia ter uma ideia da atração que ele exerceria sobre os visitantes. E não decepcionou. Em dois anos, o Museu do Amanhã já havia recebido mais de 2 milhões de visitantes, firmando-se entre as cinco maiores atrações do Rio, junto com Corcovado, Pão de Açúcar, praias e Carnaval. Nesta sexta-feira 18, sob o comando do IDG (Instituto de Desenvolvimento e Gestão), o ícone do Porto Maravilha e da primeira cidade olímpica da América do Sul completa cinco anos com muita história para contar e novas ousadias para desenvolver.
O sucesso tem muito a ver com o comando do IDG, que acaba de ter seu contrato de gestão renovado, após vencer a licitação da Prefeitura, em novembro. Com modelo de governança e sustentabilidade financeira, o instituto já renovou o apoio de três patrocinadores e atraiu outros três para 2021.
O comprometimento de Piquet
Após um 2020 marcado pela destruição de projetos culturais pela pandemia, o diretor-presidente do IDG, Ricardo Piquet, chega à porta de 2021 com esforço reconhecido e responsabilidade dobrada. “Foi um ano difícil, com muitas perdas para a sociedade. Mas de muito comprometimento também”, ressalta Piquet.
O Museu do Amanhã recebeu 49 mil visitantes desde setembro, quando reabriu com protocolos rígidos de prevenção. Neste mês de dezembro, uma das novidades das exposições de longa duração é o vídeo “Humano”, que trata de inteligência artificial, vida artificial, híbridos, novos materiais, exploração espacial, vida alienígena e educação. Com novos dados de pesquisas, o vídeo ficou mais leve e colorido, em busca de um certo otimismo para construir o futuro.
Leonardo Menezes, gerente de Conteúdo e Curador de Exposições do museu, explica que um dos objetivos é refletir sobre questões éticas, como até onde devemos deixar o desenvolvimento da inteligência artificial avançar sem regulação e limites. “A pandemia também aparece quando mostramos como a inteligência artificial foi utilizada para a logística de circulação de materiais pelo mundo. Mostramos como foi usada também na China para o reconhecimento facial e controle da movimentação de pessoas e até que ponto podemos abrir mão de direitos individuais para conter um problema mundial de saúde pública”, afirma Menezes.
Programação 2021

Tendo como eixos temáticos a emergência climática, biodiversidade e bem estar, o Museu do Amanhã vai inaugurar a exposição temporária Coronaceno – Reflexões em tempos de pandemia e duas mostras sobre a Amazônia. “No próximo ano, teremos as conferências da ONU sobre biodiversidade, no primeiro semestre, e mudanças climáticas, no segundo. Também a cidade vai receber o Congresso Mundial de Arquitetura, que aconteceria em 2020 e foi adiado por conta da pandemia”, explica Menezes.
Balanço de 2020
Em março, quando foi fechado ao público por causa da pandemia, o Museu do Amanhã manteve atividades e programas no ambiente online e nas redes sociais, como o Clube de Leitura, o Evidências das Culturas Negras e a yoga.
Foi criado também o Amanhãs aqui e agora, debates semanais no Youtube com cientistas, filósofos, psicanalistas, historiadores e educadores, entre outros, o Diálogos para a Sustentabilidade e, em parceria com o Programa da Onu para o Meio Ambiente (PNUMA), o Caminhos para Sociedades Sustentáveis. Houve encontros mensais para o diálogo sobre clima, oceanos, saneamento básico, entre outros assuntos prioritários da agenda 2030 da ONU, os chamados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
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O Entre Museus, programa que levava estudantes da região portuária a 21 museus do Rio, se transformou no Entre Museus Hoje, que são pílulas de conteúdo feitas pelas equipes dos museus parceiros.
A exposição Pratodomundo – Comida para 10 bilhões, que recebeu mais de 250 mil pessoas no Museu em 2019, estreou seu tour virtual em abril. Inovanças – Criações à brasileira também ficou disponível online e contou com uma visita mediada com o público através de um encontro virtual no zoom. Outras mostras temporárias estavam disponíveis ao público da quarentena no Google Arts and Culture.
Pesquisas e publicações
O Museu do Amanhã também lançou três publicações no período: a pesquisa Pandemia e Visão de Futuro, com a percepção de mais de mil pessoas sobre temas como desigualdade, informação e desejos de mudanças para o futuro. O livro digital Meninas na escola, mulheres na ciência, em parceria com o British Council, traz sugestões de abordagem da temática por profissionais da educação nas escolas. A pesquisa O Amanhã do Rio perguntou aos cariocas sobre prioridades e propostas para alcançar o amanhã que desejam para a cidade e seus bairros.
Nesse período, o museu teve um aumento de 207% no número de seguidores de seu canal no youtube e produziu mais de 80 horas de programação. Com um protocolo rígido de segurança sanitária para o público e os colaboradores, o Museu do Amanhã recebeu mais de 40 mil visitantes desde a reabertura.