Enquanto ainda não revela seu projeto para o futuro do Moinho Fluminense, o grupo Autonomy, proprietário do imóvel, está cedendo seu uso para a Junta Local, uma empresa de propósito social, incubada no programa Rio Criativo, do Governo do Estado.
A Junta Local promove ações para que pequenos produtores de alimentos possam chegar a mais clientes. Desde março, ocupa uma área cedida no Moinho Fluminense, belo conjunto arquitetônico do Porto Maravilha que tem origem numa fábrica instalada no final do século 19.
A Junta Local usa o espaço para as instalações de escritório e base de operações. Segundo a empresa, além de fazer do Moinho Fluminense a sua sede e ponto de encontro para os associados, há a intenção de ali também criar um entreposto e realizar feiras.
Atualmente há cerca de 150 produtores que atuam por meio da plataforma, que cobra uma taxa de 15% a 26% para intermediar as vendas e organizar as entregas aos compradores. As operações são realizadas pelo site Sacola da Junta.
Para instalar o entreposto no espaço cedido pelo Moinho Fluminense, a Junta Local está realizando uma campanha de obtenção de fundos pela internet. A primeira meta do grupo é alcançar R$ 100 mil em doações durante o mês de agosto. Até agora, a campanha informa que já foram atingidos cerca de R$ 73 mil. Quem quiser apoiar e conhecer mais sobre o grupo pode acessar https://benfeitoria.com/juntanomoinho
A Junta Local surgiu em 2014 e, antes das restrições impostas pela pandemia, realizava feiras de pequenos produtores em locais como Botafogo, Tijuca, Gávea e no Museu da República (Catete). Para as compras on-line, também antes da pandemia, o grupo definia áreas na cidade em que os consumidores podiam retirar suas compras. Com as restrições, as entregas passaram a ser feitas diretamente nas casas dos compradores.

Moinho Fluminense lançou teaser que fala em impacto social
Em maio, a Autonomy divulgou um vídeo no qual dá indicações sobre seu projeto para o Moinho Fluminense. O grupo, sediado em São Paulo e que opera investimentos canadenses, comprou os imóveis do antigo moinho em julho de 2019. Em agosto de 2020, a empresa disse ao DIÁRIO DO PORTO que o projeto para o local teria vários usos, sugerindo um mix de áreas comerciais que poderiam incluir um shopping, escritórios e até hotel.
O vídeo postado pelo Autonomy nas redes sociais é um teaser, um recurso de propaganda para novos produtos. “O que eu espero para o futuro? Eu espero poder transformar a vida das pessoas”, diz o vídeo, que conta a história da área desde a inauguração, pela princesa Isabel, da primeira fábrica de moagem industrial do Brasil, até a chegada do grupo.
“Passado, presente e futuro em um só lugar. Imagine só. Moinho Fluminense, um destino contemporâneo de negócios, comércio, experiências culturais incríveis. Minha nova família também trouxe novos olhares: a sustentabilidade e o impacto social são valores que ganharam destaque nessa nova trajetória (…) Deixo com vocês a certeza de que vamos viver muita coisa juntos”, antecipa o teaser.
O Moinho, que completa 134 anos em agosto, parece ter encontrado na Junta Local um parceiro para sua nova história.