A Marinha do Brasil incorporou nesta semana as primeiras 114 mulheres soldados fuzileiros navais em seus 288 anos. A formatura do grupo ocorreu na sexta-feira (5/7), em cerimônia de conclusão do Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais (C-FSD-FN), no Rio de Janeiro, que teve a duração de 19 semanas.
O curso, misto, teve ainda a participação de 546 homens. Letícia Cristina Alves, segunda colocada geral entre mulheres e homens, disse estar honrada de integrar a Marinha e estar na primeira turma de combatentes femininas. “É um orgulho gigantesco representar todas as 114 meninas que conseguiram se formar aqui”, afirmou.
Para os pais da fuzileira naval, Cristine de Souza Alves e Dailson Alves, o mais difícil foi a distância. “Ela ficou esse tempo todo longe de casa, mas a gente sempre acreditou. Mesmo sendo difícil para os pais, a gente faz um esforço, porque é o sonho da nossa filha e o sonho dela é o nosso. E hoje, estamos vivendo o sonho: a formação dela”.
Segundo a Agência Marinha de Notícias, foram quatro meses de intenso treinamento militar. O curso exige alta resistência física e mental e os alunos enfrentaram uma rotina intensa de atividades físicas e de estudos.
Além do aprendizado teórico em disciplinas como “Instrução Básica de Combate“, “Armamento e Tiro“ e “Operações“, os novos fuzileiros navais também participaram de três exercícios de campo. Os dois primeiros exercícios foram realizados no Complexo Naval Guandú Sapê e o terceiro na Ilha da Marambaia. Após a formatura, os fuzileiros navais podem ser designados para servir em Organizações Militares em qualquer parte do território nacional.
Marinha passa a ter mulheres em todos seus níveis
O Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha, de caráter anfíbio e expedicionário, é formado por militares preparados para atuar em todas as operações militares. Com as fuzileiras navais, a Marinha passa a ter mulheres em todos os níveis de sua estrutura.
A história da participação feminina na Marinha começou em 1980 com a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva. Nos anos 90, foi realizada uma reestruturação que ampliou a participação em cargos de Direção, Comando e comissões, culminando com a promoção, em 2012, da Contra-Almirante (Médica) Dalva Maria Carvalho Mendes, primeira militar brasileira a alcançar o posto de oficial-general.
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