Após 5 meses de aulas e oficinas, jovens das Zonas Norte, Oeste e Baixada Fluminense estão se apresentando com o projeto CORPO_NÓS, no MAR (Museu de Arte do Rio), entre os dias 28 de janeiro e 1º de fevereiro. A programação quer cativar públicos de todas as idades e inclui performances, funk, hip hop, dança, artes gráficas e um fascinante passeio pela cultura das pipas. Tudo 0800 e sujeito à lotação.
Os idealizadores do projeto são alunos do curso “Percursos Formativos”, que buscou atrair artistas e jovens periféricos para o espaço do museu, oferecendo formação profissional. A ideia foi literalmente formar o público, que além de frequentar o museu agora passa a construir sua programação.
Entre os participantes do CORPO_NÓS, estão o artista Rafael Bqueer, o jornalista e ativista Raúl Santiago e a co-fundadora Cine Taquara, Gleyse Ferreira. O projeto busca uma extrema interação entre alunos e público, por meio de manifestações culturais comuns do meio urbano.
O objetivo dos idealizados é que o CORPO_NÓS também dialogue com duas exposições já em cartaz no MAR: “Rua!” e “UóHol”. O Espaço Concha, dispositivo móvel desenvolvido por arquitetos do Estúdio Chão, realiza a mediação entre o projeto e as exposições. Veja abaixo a programação completa.
PROGRAMAÇÃO
28/1 – TERÇA-FEIRA
10h – 12h – Ativação Espaço Concha | Pilotis MAR e Praça Mauá
- Ativações: “É da rua que eu venho”
Corpo, cidade, cruzamentos, um convite para o público refletir e produzir, utilizando diferentes materiais a partir de estímulos aos sentidos (olfato, audição e tato).
14h – 17h – Ativação Espaço Concha | Exposição “Rua!”
- Batalha de Conhecimento: “Gênero, racismo e marginalização” – Com Coletivo FALA e Lanatanpa
A Batalha de Conhecimento será realizada por dois grupos da Baixada Fluminense: Coletivo FALA e Lanatanpa. Pelo hip-hop e palavras rimadas, serão debatidos gênero, igualdade, racismo e marginalização.
- Oficina: “Pixo: minha marca em meio ao caos” – Com Laís Moraes e Pedro de Almeida
A partir da ideia de que os corpos também interferem e se inscrevem no espaço, o público será convidado a desenvolver e produzir uma marca gráfica pessoal (25 vagas)
17h – 19h – Abertura CORPO_NÓS – Ocupação Cultural dos Percursos Formativos no MAR | Auditório MAR
Abertura oficial da programação, com a presença de representantes do MAR, do BNDES, das coordenadoras e dos participantes do projeto Percursos Formativos.
29/1 – QUARTA-FEIRA
10h – 20h – Curso: “Não-conformidades: performatividade de gênero e arte na cena drag”
O curso terá como foco discutir as questões que envolvem a construção de corpos e identidades a partir da perspectiva do drag, com mesas de conversa e performances. 75 vagas – Distribuição de senhas a partir das 9h30 na recepção do MAR
- 10h – 12h30 – Aula inaugural: “Arte, montação e performatividade”
Com Rafael Bqueer
Mediação: Izabela Pucu - 14h – 16h – Mesa: “Qual é o lugar da arte drag?”
Com Ravena Creole, Arda Nefasta e performance de Azre
Mediação: Vitor Neptün e Marcos Carvalho - 16h – 18h – Mesa: “Mulher e performatividade de gênero na cena drag”
Com Maíra Barillo, Latisha Samedi e performance de Júpiter
Mediação: Vitor Neptün e Marcos Carvalho - 18h – 20h – Mesa: “Expressividade de gênero LGBTQI+ e periferia”
Com Guilherme Ambar, Irmãos Brasil e performance de Conga Bombréia.
Mediação: Vitor Neptün e Marcos Carvalho
14h – 17h – Ativação Espaço Concha | Praça da Harmonia
- Oficina: “Corpo fala”
Pensar as formas de comunicação e convivência na diferença, com brincadeiras, construção de objetos, como telefone sem fio, telefone de copos e jogos corporais. Participação de crianças.
LEIA MAIS
Brasil é o 2º do mundo em hanseníase. Entenda a doença
Patrimônios imateriais de Brasil e Portugal no Paço Imperial
Viagem pela terra dos faraós no CCBB Rio acaba domingo
Continuação
30/1 – QUINTA-FEIRA
10h – 12h – Ativação Espaço Concha | Pilotis MAR
Oficina: “Onde tem pipa, tem céu” – Com Seu José da Maré
A oficina convida o público a confeccionar pipas e nelas retratar seus sonhos e desejos. Dando linha às pipas, os sonhos ganham o céu. Participação das crianças da Lona cultural da Maré.
15h – 18h – Ativação Espaço Concha | Biblioteca MAR e exposição “UóHol”
- Oficina: “Heroínas negras” + Roda de conversa “E se os livros tivessem razão?
A partir do conjunto de livros de autores negros, selecionados pela pesquisadora Fernanda Felisberto para a Biblioteca e Centro de Documentação MAR, será estabelecido um debate sobre ações afirmativas. O público será convidado, tendo como referência o Cordel, a registrar e ilustrar a narrativa de heroínas negras.
31/1 – SEXTA-FEIRA
10h – 12h – Ativação Espaço Concha | Pilotis MAR
Oficina: “Onde tem pipa, tem céu”
Continuação. Participação das crianças do Projeto Marvin e Roda Transcultural.
16h – 18h – Ativação Espaço Concha | Praça XV
- Oficina: “Traçar ausências”
Quais as diferenças entre a Praça XV e a Praça Mauá? Quais são as semelhanças? O que falta nelas? O público será convidado a produzir estampas, inserindo-as na paisagem das praças, usando o corpo como suporte.
1/2 – SÁBADO
14h – 15h30 – Ativação do Espaço Concha | Pilotis MAR
- Roda de Conversa: “Corpo potência: jovens e produção cultural”
Manifestações culturais produzidas fora dos circuitos hegemônicos, em muitos casos são criminalizadas ou não reconhecidas, mas acabam constituindo a marca da cultura brasileira. Nesta roda, a conversa será sobre questões e desafios de produzir cultura nas periferias.
Gleyse Ferreira – Co-fundadora Cine Taquara
Maiana Santos – Co-fundadoras da Trupe do M.E.R.D.A. de Nilópolis
Raúl Santiago – Ativista e empreendedor, Projeto Movimentos e Papo Reto
Mediação: Lucas Ferreira e Bruno Vianna, jovens dos Percursos Formativos
15h30 – 17h – Oficina Manifesta
A proposta é convidar o público, inspirado e impulsionado pela roda de conversa, a pensar e a criar uma faixa que expresse os anseios do cenário cultural carioca.
17h – 20h: Aula-show de encerramento CORPO_NÓS com Orquestra Barracão e Bloco Cultural Agbara Dudu e Dj Wallabê
O Barracão é uma orquestra ligada a uma escola de música que nasceu em um terreiro de candomblé em Duque de Caxias. Sua musicalidade tem influência da cultura afrobrasileira e da poesia falada. Já o Agbara Dudu, que em yorubá significa “força negra” é considerado o primeiro bloco afro do Rio de Janeiro, foi fundado em 1982 em Oswaldo Cruz.
Serviço:
CORPO_NÓS
Data: 28 de janeiro a 1º de fevereiro
Horário: a partir das 10h
Valor: Atividades gratuitas