Japão expande caça às baleias, enquanto Brasil vê recuperação | Diário do Porto


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Japão expande caça às baleias, enquanto Brasil vê recuperação

Meta do Japão é matar 59 baleias-comuns até o fim do ano, No Rio, volta das baleias-jubarte tem estimulado o turismo de observação

8 de agosto de 2024

Japão matou 293 baleias no ano passado e incluiu as baleias-comuns na lista de caça (foto: reprodução da Internet)

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Entidades ambientalistas internacionais estão protestando contra a morte de uma baleia-comum pelo Japão, a primeira das 59 que aquele país pretende abater ainda neste ano. A atitude japonesa contrasta com a política da maior parte dos países, incluindo o Brasil, de proibição da caça às baleias. 

Com a caça das baleias proibida desde 1986 em águas nacionais, os brasileiros estão vendo a recuperação principalmente das jubartes que, depois de quase extinção, já estariam chegando à uma população de cerca de 30 mil animais. No Rio, a temporada da migração das jubartes, entre maio e setembro, tem inclusive estimulado atividades de turismo de observação.

A Kyodo Senpaku, empresa baleeira do Japão, anunciou, segundo as entidades ambientalistas, que a morte da baleia ocorreu depois que foi arpoada pelo navio Kangei Maru, a mais nova embarcação japonesa de caça aos cetáceos. O animal foi capturado na região de Iwate, no nordeste japonês, e era um macho de 19,6 metros de comprimento e pesando 55 toneladas. 

No Japão, que é a terceira economia mundial, a justificativa dada pelas autoridades para a continuidade da matança de baleias é que essa seria uma tradição cultural do país, posto que os animais não são essenciais para alimentar sua população. No ano passado, os japoneses mataram 293 baleias das espécies baleia-de-minke, baleia-de-bryde e baleia-sei. Neste ano, aquele país incluiu as baleias-comuns na lista de caça oficial.

As autoridades do Japão disseram que a volta da caça às baleias-comuns acontece porque esses animais atingiram um número suficiente para a atividade, sem risco para a espécie. A União Internacional para a Conservação da Natureza discorda dos japoneses e considera as baleias-comuns como vulneráveis.

Japão pediu prisão de ambientalista internacional

O anúncio do Japão acontece poucos dias depois que se tornou pública a prisão de Paul Watson, o ativista mais conhecido mundialmente contra a caça das baleias, atividade que também é praticada pela Noruega e Islândia. Watson, que tem nacionalidade canadense-americana, é o fundador do grupo ambientalista Sea Shepherd.

Ele foi preso em 21 de julho na Groenlândia, território autônomo da Dinamarca, por ordem internacional emitida pelo Japão, que o acusa de ter realizado protestos violentos contra embarcações japonesas. No momento em que foi preso, Watson se preparava para mais uma missão, dessa vez contra o mais novo navio japonês de caça às baleias, o Kangei Maru, que tem uma verdadeira fábrica interna para processar a carne dos animais. 


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