A vermelho e branca de Niterói foi fundada em 24 de junho de 1946, com as rodas de samba no quintal da casa de “Jangada“, apelido de Nelson dos Santos. Nascida Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Viradouro, o nome da escola, hoje conhecida como Unidos do Viradouro, ou somente Viradouro, se deve à sua proximidade com a antiga Rua Viradouro (hoje Dr. Mário Viana), local onde os bondes faziam o retorno.
Em 1947, a escola já participava do carnaval de Niterói e em 1949 chegou o primeiro título com o enredo “Araribóia”, figura emblemática da cidade. A Viradouro conquistou 18 títulos no carnaval niteroiense, sendo a escola com maior número de títulos na cidade. Em 1964 e 1965, desfilando na capital carioca, alcançou maus resultados, voltando para Niterói em 1966.
As cores originais da escola eram azul e rosa, em referência ao manto de Nossa Senhora Auxiliadora, mas a dificuldade em conseguir tecidos, o que afetava as notas, levou à troca para vermelho e branco em 1971, quando voltou a vencer em Niterói.
O carnaval de 1986 foi marcado por denúncias de subornos de jurados e roubos de envelopes. A apuração conturbada fez com que a Viradouro e a Acadêmicos do Cubango, outra grande escola de Niterói, decidissem abandonar os desfiles em Niterói e passar a desfilar no carnaval carioca. Começando no Grupo 2-B, atualmente Série D, a escola teve um grande e vitorioso percurso até começar a desfilar no Grupo Especial.
Com Dercy Gonçalves no Sambódromo
O bicheiro José Carlos Monassa se tornou presidente da escola em 1997 e se manteve até seu falecimento, em 2005. Sob seu comando, a escola foi a vencedora do Grupo 2 em 1989, com o enredo “Mercadores e mascates”. Em 1990, foi a vencedora do Grupo 1, como enredo “Só vale o escrito” e em 1991 começou a desfilar no Grupo Especial com o enredo “Bravo! Bravíssimo! – Dercy Gonçalves, o retrato de um povo”. O desfile foi icônico e teve a comediante Dercy Gonçalves, homenageada pela escola, desfilando em destaque no carro alegórico com os seios à mostra.
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Se mantendo na elite das escolas de samba, em 1992, com o carnavalesco Max Lopes, a Viradouro apresentou o enredo “E a magia da sorte chegou”, contando a história dos ciganos. Este desfile ficou marcado por ter originado o maior incêndio já visto no sambódromo. O carro alegórico que iniciou o incêndio foi o “Geleiras da Rússia”, que trazia cães da raça husky siberiano puxando trenós e torres com inspirações russas. A fumaça do incêndio cobriu toda a Sapucaí e os carros de bombeiros invadiram a pista para conter as chamas. Ninguém se feriu, mas a escola perdeu 13 pontos, ficando em 9º lugar. O desfile, entretanto, foi considerado por especialistas como um dos melhores já realizados no sambódromo.
O primeiro lugar no campeonato do Grupo Especial finalmente chegou em 1997, com o enredo “Trevas! Luz! A explosão do Universo”, sobre o Big Bang. O carnavalesco Joãosinho 30 conseguiu transpor para a avenida a dualidade da criação e o mestre da bateria Jorjão foi um dos destaques com uma “paradinha” na avenida com compassos de funk, grande inovação na época. O samba-enredo, com autoria de Dominguinhos do Estácio, é um dos mais lembrados do carnaval carioca com o seguinte refrão:
“Vou cair na gandaia
Com a minha bateria
No balanço da mulata
A explosão de alegria”
Após outros bons resultados, em 2010 a escola apresentou o enredo “México, o paraíso das cores, sob o signo do Sol” e ficou em último lugar. O desfile foi prejudicado por um temporal. Só em 2014 a escola retornou ao Grupo Especial com o enredo “Sou a terra de Ismael, ‘Guanabaran’ eu vou cruzar, pra você tiro o chapéu, rio eu vim te abraçar”. Entretanto, em 2015, com o enredo “Nas veias do Brasil, é a Viradouro em um dia de Graça”, caiu novamente.
O retorno às campeãs
No ano de 2017, comemorando os 20 anos do título de campeã do Grupo Especial, a escola cria, em 10 de fevereiro, o “Dia do orgulho de ser Viradouro”. Em 2018, foi campeã da Série A com o enredo “Vira a Cabeça, Pira o Coração – Loucos Gênios da Criação”, e em 2019 foi a vice do Grupo Especial com o enredo “Viraviradouro”, que teve o retorno do carnavalesco Paulo Barros e do diretor de bateria Ciça.