A Pedra do Sal é um dos pontos mais simpáticos da área conhecida como Pequena África. Este berço do samba carioca se tornou um paraíso de quem gosta de misturar história com cerveja, juventude, samba e agito noturno.
Fica no Largo João da Baiana, coração do bairro da Saúde, onde duas rodas de samba se apresentam às segundas e sextas ao ar livre, a menos que chova muito. Com a revitalização do Porto Maravilha, passou a diversificar a programação: black music, passinho de charme etc, tudo de graça e ao ar livre.
Tudo isso acontece em frente a uma grande pedra com escadaria talhada, a Pedra do Sal, um patrimônio tombado em 1984. A escadaria dá acesso ao Morro da Conceição. Essa área do Porto Maravilha é chamada de Pequena África por ter sido ponto de venda e troca de escravos e abrigo de quilombos e terreiros de candomblé. Ali era descarregado o sal dos navios que atracavam no porto, origem do encontro de sambistas estivadores.
A Pedra do Sal era considerada também um local sagrado para despachos e oferendas das religiões africanas. Por isso foi tombada como patrimônio religioso, além de histórico. Dali eram extraídos pelos escravos, no século XIX, cortes de pedra para construção de ruas e do Porto do Rio de Janeiro. O lugar ficava bem próximo ao mar do que hoje e servia como ponto de embarque e desembarque de sal, usado na fabricação de couro e conserva de carne.
Hoje a Pedra do Sal é palco de animadas rodas de samba do grupo Roda de Pedra. O local possui simpáticos casarios coloridos, ladeados por uma escadaria e a histórica ladeira de pedra. A festa atrai turistas e jovens de vários bairros da cidade. No Dia Nacional do Samba, 2 de dezembro, integrantes do quilombo da Pedra do Sal celebram a lavagem da Pedra. Quem põe a mão na massa são grupos de candomblé e membros do bloco carnavalesco Afoxé Filhos de Gandhi. Há rodas de samba, de capoeira, culinária temática, exibição de filmes e palestras.
As rodas de samba, de segunda e sexta, começam em clima de happy hour, por volta das 19h. Raramente varam a madrugada. O ponto de referência é chegar ao Largo de São Francisco da Prainha, na Rua Sacadura Cabral, e entrar na primeira rua à esquerda, a Argemiro Bulcão.
Do Museu de Arte do Rio (MAR), a caminhada é de apenas 500 metros.