Diário do Porto

Mocidade Independente de Padre Miguel

Elza Soares na Mocidade

Homenageada pela Mocidade em 2020, Elza Soares emocionou o publico (Raphael David/Riotur)

 

No carnaval de 2015, a Mocidade perguntou “O que você faria se só te restasse um dia” Foto: Fernando Maia/Riotur

Fundado em 10 de novembro de 1955, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel tem suas origens em um time de futebol, o Independente Futebol Clube. Entre os fundadores estão Silvio Trindade (Tio Vivinho), Alfredo Briggs Filho, Renato da Silva, Djalma Rosa, Olímpio Bonifácio, Ivo Lavadeira, Orozimbo de Oliveira, Mestre André, Tião Marino, Altamiro Menezes (Cambalhota), Geraldo de Souza (Prego).

As comemorações dos jogos do Independente Futebol Clube eram no Ponto Chic, bairro de Padre Miguel. Os jogadores, bons de bola e excelentes na percussão, reuniam-se em rodas de samba que mais pareciam bloco carnavalesco. Sob as bênçãos de uma estrela, encarnando as cores verde e branco do uniforme esportivo, nasceu a Escola de Samba Mocidade do Independente.

Escola nunca foi rebaixada

Em 1956, a agremiação desfilou em Padre Miguel com o tema “Navio Negreiro”, inspirado no poema de Castro Alves. Já no ano seguinte integrava o desfile oficial na Praça Onze com o enredo “Baile das Rosas”. Ficou em quinto lugar, iniciando uma trajetória de muitas conquistas. A primeira veio logo, em 1958: primeiro lugar no segundo grupo e ascensão à elite do carnaval. Desde então, a Mocidade Independente de Padre Miguel faz parte do seletíssimo grupo de escolas de samba que nunca foram rebaixadas do Grupo Especial.

Em 2017, a escola colocou o seu Aladim para sobrevoar a Sapucaí (Foto: Paulo Portilho/Riotur)

A consolidação como escola grande veio nos anos 1970, quando começou a ser patrocinada por Castor de Andrade. Em 1976, empatou em segundo lugar com a Mangueira e perdeu o desempate por ter um ponto a menos na famosa “bateria nota 10”. Em 1979, sob a batuta do carnavalesco Arlindo Rodrigues, veio o primeiro campeonato com “O Descobrimento do Brasil”.

No ano seguinte chegou Fernando Pinto para produzir desfiles excepcionais e projetar-se como um dos mais inventivos carnavalescos já conhecidos. Venceu em 1985 apresentando o enredo futurista “Ziriguidum 2001”. Um ano antes, a Mocidade tinha inventado a figura da rainha de bateria, com a modelo Monique Evans, uma das deusas do Sambódromo.

O carnavalesco Renato Lage foi outro patrimônio valioso de Padre Miguel. Nos anos 90, a ousadia de suas alegorias arrastou mais três títulos: 1990 (“Vira, virou, a Mocidade chegou”) e 1991 (“Chué… chuá… As águas vão rolar”). Em 1996, de novo Renato Lage fez os colegas comerem poeira na Sapucaí: “Criador e criatura”. O samba é inesquecível:

“A mão que faz a bomba, faz o samba

Deus faz gente bamba

A bomba que explode o nesse carnaval

É a Mocidade levantando o seu astral”

O Criador foi menos generoso com a escola nos anos seguintes, embora nunca tenha perdido o lugar entre as melhores. Castor de Andrade, patrono e mito, morreu em 1997. 

Youtube: www.youtube.com/user/MocidadeOficial

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