Antes de 2006, as agremiações que não tinham espaços para guardar carros alegóricos perto do local do desfile empurravam os veículos por dezenas de quilômetros em ruas e avenidas até chegar à Marquês de Sapucaí. Vale lembrar que essas grandes obras de arte móveis não utilizavam motor e vinham pelo percurso empurradas por funcionários das agremiações.
Esse transporte atrapalhava o trânsito e tumultuava a cidade durante sua maior festa. As escolas de samba ainda corriam o risco de terem seus valiosos carros danificados no caminho. Ou seja, mais transtornos para a cidade e enorme prejuízo para a escola, que perdia pontos na competição. Esse era o enredo antes da criação da Cidade do Samba, quando tudo mudou.
O colosso construído pelo prefeito Cesar Maia para a produção do carnaval foi dividido em 14 barracões – as 12 agremiações da elite do samba carioca e outros dois espaços para a Liga Independente das Escolas de Samba – Liesa.
Cada área com quatro andares. No primeiro, as escolas montam os carros alegóricos, máscaras, fantasias e outros itens da festa. Nos dois pisos acima ficam as áreas administrativa e criativa.
Cada barracão tem capacidade para montar até 12 carros alegóricos. A área total da Cidade do Samba tem 92 mil metros quadrados, o equivalente a dez campos de futebol. É literalmente o berçário do “maior espetáculo da Terra”.
Em fevereiro de 2011, depois de um incêndio em parte dos barracões da Grande Rio, da Portela e da União da Ilha do Governador, além do barracão da Liesa, a Cidade do Samba precisou passar por uma reforma e o então prefeito, Eduardo Paes, decidiu rebatizar o local para “Cidade do Samba Joãozinho Trinta”, justa homenagem ao grande carnavalesco morto naquele ano.
Se caminhar não estiver nos seus planos, o VLT é a melhor opção para o passeio por essas atrações. O bonde moderno, com ar condicionado, liga o Aeroporto Santos Dumont à Rodoviária Novo Rio e tem várias estações ao longo da Orla Conde.