Casa França-Brasil | Diário do Porto

Casa França-Brasil

O que não falta é história. A Casa França-Brasil fica no prédio neoclássico encomendado em 1819 por D. João VI ao arquiteto francês Grandjean de Montigny.

Casa França-Brasil, 200 anos de história e cultura

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Casa França Brasil vista da Orla Conde (Aziz Filho)

O que não falta é história à Casa França-Brasil, que funciona no edifício encomendado em 1819 por D. João VI ao arquiteto francês Grandjean de Montigny. É o primeiro registro do estilo neoclássico no Rio, tendência que daria às casas coloniais da cidade um tom mais cosmopolita, à moda europeia.

Em um ano, em 13 de maio de 1820, o prédio da atual Casa França-Brasil foi inaugurado como a primeira Praça do Comércio do Rio de Janeiro, a cidade-sede do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Dom Pedro I, com o Brasil já independente, transformou-o em Alfândega, função que iria até 1944, já tombado pelo Iphan.

Projeto do antropólogo Darcy Ribeiro, a Casa França-Brasil foi aberta em março de 1990, com programação eclética. A partir de 2008, tornou-se referência em arte e cultura contemporâneas, com cursos, seminários e palestras, além das exposições. 

Foto: Alexandre Macieira/Riotur

A Casa França-Brasil tem sala de leitura e acervo de arte contemporânea abertos ao público, ao lado da Pira Olímpica, na Orla Conde. Faz parte do Corredor Cultural. O mobiliário foi criado pelo designer Gringo Cardia, junto à ONG Spectaculu, também do Porto Maravilha.

O renascimento deste centro cultural seguiu a valorização de vários prédios históricos, “redescobertos” pela cidade após a demolição do Viaduto da Perimetral, que escondia o mar e tirava grande parte do charme de construções tão bonitas quanto importantes para a história do Rio e do país. A demolição aconteceu em função da reurbanização da orla do centro, um dos maiores legados da Olimpíada de 2016.

Para a comemoração de seus duzentos anos de trajetória, comemorados em 13 de maio de 2020, o centro cultural planejou um calendário intenso, com destaque para a participação no 27º Congresso Mundial e Arquitetos, que aconteceria na cidade em junho. Mas nenhuma das produções foi realizada, em razão do isolamento social contra a Covid-19.

Entre o segundo semestre de 2019 e os meses de janeiro e fevereiro deste ano, a Casa França-Brasil acolheu o projeto cinematográfico Cineclube Rio de Telas, desenvolvido pela Secretaria de Cultura do Estado, com exibição de filmes na Sala Rio 40 Graus, espaço especial para a apresentação de filmes e vídeos.

O espaço dentro da Casa França-Brasil foi criado em homenagem a uma fase estrutural da produção cinematográfica brasileira, o chamado Cinema Novo e batizado com o título homônimo do filme do cineasta Nelson Pereira dos Santos, também como uma forma de celebração ao grande mestre das telas.

Através da parceria firmada com diretores e produtores do audiovisual e com escolas e cursos de cinema, incluindo a Darcy Ribeiro, há exibição de filmes com debates após as projeções. O evento promove uma contrapartida pela difusão da cultura do audiovisual e incentiva a formação de público e a experiência estética do cinema.

A Casa França-Brasil aluga espaços para eventos e investe os recursos captados integralmente em sua programação e manutenção. Em 2017, tornou-se um dos pontos mais badalados do carnaval carioca, como Casa Bloco, uma iniciativa do canal Globonews com as agências Tess e Paluana Comunicação. Agremiações carnavalescas do Rio e outras cidades do país apresentaram-se na Casa França-Brasil entre os dias 26 de janeiro e 13 de fevereiro.

Tem como vizinhos o Centro Cultural dos Correios, ao lado, e o Centro Cultural do Banco do Brasil, defronte.