A transferências de voos do Aeroporto Santos Dumont (SDU) para o Aeroporto Internacional do Galeão (GIG) está criando condições para o estabelecimento de rotas de maior distância neste último. Um levantamento da Fecomércio-RJ, feito com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), indica que haverá um aumento de 26,7% de voos internacionais no Galeão até o final de março de 2025. Esse número representa 1.530 desembarques a mais em comparação com o mesmo período da temporada de verão anterior.
Nos últimos anos, o Galeão vinha sofrendo um esvaziamento, causado por um erro na regulação do espaço aéreo da cidade do Rio. A restrição de operações no Santos Dumont, a partir de outubro do ano passado, fez com que o número de voos nacionais do Galeão voltasse a crescer de forma consistente, o que estimulou o aumento também dos voos internacionais. A nova situação ocorreu após decisão do presidente Lula, em sintonia com o prefeito Eduardo Paes e o governador Cláudio Castro, com intensa mobilização de entidades do Rio, como a Fecomércio-RJ e a Firjan.
Um dos resultados será observado no período entre 25 e 30 de dezembro, quando o Galeão espera um crescimento de 30,45% no número de voos internacionais. Além disso, o levantamento da Fecomércio-RJ prevê um crescimento de 13,3% nos voos domésticos até o final do ano.
O presidente da Fecomércio-RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, comemora o acordo obtido com o Governo Federal. “Esse é o tipo de solução que todos devemos incentivar: foi uma solução criativa, com custo zero. Não foi necessário uma grande obra ou gastos de dinheiro público. Foi uma solução prática baseada no diálogo e no consenso, entre setor privado e autoridades, focada em trazer resultados concretos para a população. O Galeão voltou a ser um aeroporto competitivo e viável em muito pouco tempo. Há mais voos, mais oportunidades de conexão e isso cria condições para que mais gente visite o Rio”, afirma.
Redistribuição de rotas entre Galeão e Santos Dumont
Com a nova regulação do espaço aéreo carioca, o Santos Dumont deixou de ser um aeroporto que remetia passageiros locais para voos internacionais em aeroportos de outros Estados, principalmente o de Guarulhos, em São Paulo. O Governo Federal limitou a movimentação anual do aeroporto para 6,5 milhões de passageiros, o que levou ao equilíbrio do tráfego aéreo carioca. Dessa forma, o Galeão voltou a ter voos nacionais em quantidade suficiente para abastecer rotas internacionais, com passageiros do próprio Estado e dos que chegam em voos de conexão.
A decisão do presidente Lula de fortalecer o Galeão veio depois de intensa mobilização que mostrou que o Aeroporto Internacional do Rio estava subutilizado, com baixa movimentação de passageiros e de cargas. Além de fortalecer a posição do Galeão, a redistribuição de rotas tem o objetivo de evitar a sobrecarga de passageiros no Santos Dumont. Em 2022, cerca de 81% dos voos domésticos do Rio de Janeiro eram feitos pelo Santos Dumont, enquanto apenas 19% eram feitos no Galeão.