Dados do novo Rio Exporta, boletim de comércio exterior da Firjan Internacional, apontam os efeitos da crise causada pela pandemia nas exportações fluminenses, mas há alguns sinais de melhoria. A balança comercial do Estado do Rio fechou em US$ 10,8 bilhões, com um superávit de US$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período de 2020. Com isso, o Rio se manteve como o segundo player entre os estados com maior fluxo internacional, atrás apenas de São Paulo.
O saldo positivo é reflexo das exportações, que somaram US$ 6,2 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 4,6 bilhões. O maior destaque foi o aumento de 45% nas vendas externas de semimanufaturados. Torneiras, válvulas e dispositivos semelhantes tiveram alta de 190%, enquanto a exportação de produtos de ferro ou aço cresceu 46%. Petróleo e gás também apresentaram bom desempenho, com aumento de 7% nos embarques de óleo bruto para a China.
“A desvalorização cambial momentânea favorece as exportações em geral. Além disso, a retomada de alguns mercados, principalmente na Ásia, aqueceu ligeiramente nossas vendas externas no período”, analisa Giorgio Luigi Rossi, coordenador da Firjan Internacional.
A indústria de petróleo e gás natural foi responsável por 76% das vendas fluminenses para o exterior, totalizando US$ 4,7 bilhões. Houve aumento de 7% nos embarques de óleos brutos de petróleo para a China (US$ 3 bilhões), mantendo o país asiático como nosso principal parceiro comercial. Em relação às importações, a Arábia Saudita foi a única fornecedora do produto para o Estado do Rio (US$ 192 milhões), com queda de 40%.
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Exportação de óleo para EUA e Argentina
Excluindo o petróleo, 44% das exportações foram destinadas aos EUA, apesar da queda de 12% no primeiro trimestre. O boletim aponta alta de 38% nos embarques do Rio para a Argentina, após uma queda expressiva durante a pandemia. Segundo a Firjan, historicamente, a Argentina tem peso relevante para as vendas da indústria fluminense de manufaturados, com foco no setor automotivo.
As importações sofreram recuo de 39% na comparação entre os períodos. Já as compras de vacinas subiram 112% (US$ 78 milhões), contribuindo para alta de 8% do conjunto de produtos utilizados no combate à Covid-19. Acessórios, maquinários hospitalares e outros têm redução temporária das alíquotas do Imposto de Importação uma vez que a aquisição dos imunizantes. Nas importações, sem contar o petróleo, houve queda de 39% no trimestre, embora as encomendas do Mercosul tenham subido 48%.