Diário do Porto

Filme conta amizade entre pescador e pinguim, na Ilha Grande

O pescador João e o pinguim Dindin, na Ilha Grande

A história da amizade entre o pescador João e o pinguim Dindin, na Ilha Grande, conquistou o mundo (foto: reprodução do YouTube)

Nesta semana, estreia nos cinemas “Meu Amigo Pinguim”, uma produção norte-americana inspirada em uma história real brasileira, vivida na Ilha Grande, no litoral sul do Rio. O filme retrata a amizade entre o pescador João Pereira de Souza e o pinguim Dindin. Tudo acontece porque o pescador resgatou e cuidou do animal, ao encontrá-lo debilitado e cheio de óleo numa das praias da ilha.

Depois que o pinguim ficou recuperado, João deixou que ele ficasse solto e o acompanhasse, até que um dia Dindin resolveu partir e foi embora nadando pelo mar. A história poderia ter terminado aí, mas, para surpresa de João e de seus vizinhos, o pinguim retornou no ano seguinte e ficou meses convivendo com seu amigo humano. Isso aconteceu por oito anos seguidos, com Dindin realizando uma viagem por cerca de 6 mil km, para ir da Patagônia ao Brasil e voltar, selando um vínculo com o pescador que salvou a sua vida.

A história viralizou na internet, foi tema de reportagens, e chamou a atenção de produtores norte-americanos. O diretor brasileiro David Schurmann, de “Pequeno Segredo”, filme que representou o Brasil no Oscar de 2017, foi convidado para estar à frente do longa. No último domingo (8), Schurmann publicou um depoimento no site UOL onde contou a experiência dele na direção do filme, que vem conquistando o público nos Estados Unidos, onde já está em cartaz. No filme, o pescador João é vivido pelo ator francês Jean Reno.

Equipe de “Meu Amigo Pinguim” durante campanha de promoção do filme – Imagem: Instagram @davidschurmann

Schurmann insistiu para que filme fosse feito no Brasil

“Cresci navegando pelos oceanos do planeta, conhecendo lugares e culturas diversas e levando, na bagagem, as referências do nosso país. Sempre tive orgulho de ser um cidadão do mundo com RG brasileiro”, contou Schurmann. O diretor nasceu em Florianópolis, no Brasil, mas passou grande parte da infância nas águas. Em 1984, a família Schürmann saiu da capital catarinense para velejar por dez anos pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. David começou a filmar e dirigir documentários aos 13, durante a primeira viagem da família ao redor do mundo.

Produtores norte-americanos viram Schurmann como a pessoa ideal para dirigir “Meu Amigo Pinguim”. No entanto, eles impuseram três condições para que o filme fosse feito. Em primeiro lugar, o inglês seria o idioma principal do longa. Em segundo, o protagonista seria interpretado por um ator na faixa dos 70 anos e conhecido mundialmente. Por último, as filmagens iriam acontecer nas Ilhas Canárias, arquipélago espanhol localizado na costa da África.

“Para a primeira exigência, ok, tranquilo. Para a segunda… Rodrigo Santoro, Wagner Moura… caramba! Nossos talentos brasileiros de projeção internacional estavam fora do perfil. Fechamos com o francês Jean Reno. Agora, rodar lá nas Canárias… ah! Isso não!”, protestou Schurmann. Depois de insistir para que o filme fosse rodado no Brasil, as filmagens foram mudadas para Ubatuba, em São Paulo, e Paraty, no Rio de Janeiro. Além disso, Schurmann disse que 90% do time envolvido com o projeto foi composto por brasileiros. 

Com o apoio da Embratur, o senhor João Pereira de Souza, pescador que inspirou a história, foi levado para pré-estreia de “Meu Amigo Pinguim”, em Los Angeles. “Realizamos uma produção americana com DNA brasileiro”, orgulha-se o diretor.


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