Diante de uma crise econômica gerada pelo coronavírus, os comerciantes do Centro do Rio viram seus ganhos e público caírem drasticamente, ao ponto de fecharem as portas. De acordo com o Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), que entrevistou 303 empresários do comércio de bens e serviços da região, 80,3% dos entrevistados registraram queda acima de 25% no faturamento de 2020 no comparativo com 2019.
Entre 8 e 11 de janeiro, o instituto da Fecomércio RJ sondou os empresários com perguntas específicas sobre o impacto da pandemia na atividade econômica da Região Central. Eles fizeram muitas críticas aos problemas que precedem a pandemia, e que o empresário do Centro enfrenta há muito tempo, como segurança, infraestrutura e pessoas em situação de rua.
O levantamento apontou que, para 57,4% dos empresários, a demanda por bens e serviços piorou muito nos últimos meses. Os que acreditam que a situação piorou são 25,4%. Já para 12,5%, a procura permaneceu igual. Apenas 4% afirmam que a demanda melhorou, e para menos de um por cento houve incremento significativo.
Fecomércio RJ aponta efeitos do home-office
Quem passa pelo ruas do Centro do Rio observa dezenas de lojas fechadas e placas de “aluga-se” nas construções centenárias. O regime de home-office gera dificuldades para o setor recuperar as perdas causadas pelo lockdown, especialmente bares e restaurantes.
Para 10,6% dos empresários, a redução de clientes variou de 16% a 25%, seguidos por 4,6%, que apresentaram queda de 6% a 15%. Por fim, 4,6% afirmam que houve diminuição do faturamento em até 5%.
Outro fator apontado pelos empresários como um dos grandes entraves à recuperação da região é o comércio informal. Segundo eles, esse é o principal obstáculo a ser enfrentado esse ano. Dados do estudo da Fecomércio RJ mostram que, a partir de 2014, o Estado apresentou um crescimento acelerado de informais.