Espiritualidade pode ser útil contra a dependência química | Diário do Porto


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Espiritualidade pode ser útil contra a dependência química

Abordagem que integra medicina e fé no tratamento de dependência química será tema de palestra em evento promovido pelo Governo do Estado

24 de junho de 2024

Psiquiatra defende que religião e espiritualidade possa ser integrada à medicina no tratamento de vício em substâncias. (Foto: Freepik.com)

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Papel da religiosidade e espiritualidade no tratamento contra a dependência química é tema de palestra, apresentada pelo psiquiatra Jorge Jaber no 1º Encontro das Comunidades Terapêuticas do Estado do Rio de Janeiro. O evento é parte do 3º Simpósio: da Prevenção ao Cuidado, que será realizado na quarta-feira (26), das 10h às 17h, na Biblioteca Parque Estadual, no Centro. A entrada é livre, e para participar basa realizar a inscrição pelo formulário.

Jorge Jaber é formado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), tem pós-graduação em Transtornos no uso de Drogas pela Harvard University e é membro fundador e associado da International Society of Addiction Medicine. Atua há mais de 40 anos na psiquiatria, e defende que a abordagem integrada entre medicina e fé deve estar sempre disponível para pacientes que sofrem de dependência química, se assim desejarem. 

De acordo com o psiquiatra, a relação entre religiosidade, espiritualidade e saúde é complexa, multidimensional e vai além da dicotomia “bem versus mal”. Um estudo qualitativo realizado em 2004 por pesquisadores da Unifesp, feito com 62 jovens em comunidades de São Paulo, mostrou que a adesão à religiosidade foi o fator de maior impacto em relação ao uso de drogas. A conclusão mostrou que 81% dos não-usuários praticavam uma religião, e entre os usuários, apenas 13% eram adeptos.  


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Psiquiatra Jorge Jaber é associado da New York Academy Of Sciences, da APA, da WFAD e ex-membro do AAP. (Foto: divulgação)

— Em acordo com a Associação Mundial de Psiquiatria, defendo que os profissionais da área, sejam quais forem suas crenças pessoais, devem estar dispostos a trabalhar com as comunidades religiosas em prol do bem-estar dos pacientes que sofrem de dependência química. Assim como o Alcoólicos Anônimos (AA) e Narcóticos Anônimos (NA), grupos religiosos podem e devem ser vistos como opções complementares de tratamento – afirma Jaber.

Jaber acredita que o benefício se dá porque estes ambientes incentivam hábitos favoráveis para superação da dependência química, como a aquisição de habilidades sociais, modelos de comportamento saudável, senso de propósito, sentido existencial e vínculos familiares. O psiquiatra também orienta que a abordagem do tema seja feita pelas instituições religiosas, que devem oferecer acolhimento e ajuda.

 

 

3º Simpósio: da Prevenção ao Cuidado 

Horário: 10h às 17h

Local: Biblioteca Parque Estadual – Avenida Presidente Vargas, 1261 – Centro

Inscrições pelo link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfzVnXwQBhnPioUsGLqsY6o2oLX9HQjrOquXKmZgArhNFhWZQ/viewform?usp=sf_link

O evento é realizado pela Subsecretaria de Políticas Inclusivas da Secretaria de Estado da Casa Civil, por meio da Superintendência de Cuidados Terapêuticos.