O mercado imobiliário do Rio de Janeiro tem sofrido fortemente as consequências da crise social e econômica da pandemia do novo coronavírus. Esse é o cenário mostrado pelo Cepai (Centro de Pesquisa e Análise da Informação) do Secovi Rio, sindicato patronal que representa condomínios, administradoras, imobiliárias e incorporadoras do Estado.
Com base nos dados de pesquisa do Cepai, o vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider, afirma que 2020 vai ser um ano difícil. “Janeiro e fevereiro tinham sido melhores que os do ano passado, mas nos primeiros 30 a 50 dias da quarentena, o mercado congelou. As pessoas estão muito preocupadas e adiaram um pouco seus planos. Ainda temos pouca procura, somente fazem negócios os que estão mesmo precisando mudar”, diz.
Depois do boom do mercado imobiliário, entre 2011 e 2013, o setor sofreu com quedas contínuas até 2019, quando uma tímida recuperação trouxe nova esperança. O ano de 2020 começou com um bom cenário para o crescimento do setor: baixa inflação e queda dos juros de financiamentos. Mas o inesperado da pandemia fez ruir os planos de melhora.
Caixa lança incentivos ao mercado imobiliário
Segundo a pesquisa do Cepai, as ofertas de imóveis para venda, que haviam crescido no início do ano, sofreram queda de 17,7% em abril. O valor do metro quadrado de locação residencial caiu 4,9% no mesmo mês, e continua caindo.
Schneider considera positivo o programa que a Caixa Econômica Federal anunciou para aquecer o mercado imobiliário. “Acho importante esse apoio, a gente conta com isso para minimizar os efeitos da crise”, afirmou ao DIÁRIO DO PORTO.
Buscando reduzir perdas e incentivar o setor, a Caixa promete que disponibilizará R$ 43 bilhões em linhas de crédito para financiamentos do setor de construção civil. O valor se somará a outros R$ 111 bilhões já previstos para investimento na área.
Carência de 180 dias
O incentivo da Caixa, que também inclui carência de 180 dias para o financiamento de imóveis novos, busca beneficiar empresas do setor imobiliário e compradores, além de tentar manter empregos dos trabalhadores do setor.
A pesquisa do Secovi-RJ mostrou ainda que a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e os bairros da Zona Sul foram as regiões da cidade que mais tiveram perdas em valor para venda e locação de imóveis residenciais.
O PIB da construção civil não tinha voltado a crescer desde 2014 e neste ano, a projeção era de aumento de 3%. Mas, como reflexo da pandemia, há grandes chances de ficar negativo.
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