A conclusão do desvio de parte do curso do Rio Joana, etapa importante do programa de controle de enchentes da Grande Tijuca, foi inaugurada pelo prefeito Marcelo Crivella nesta quinta-feira, dia 25. O programa já conta com os reservatórios (piscinões) nas praças da Bandeira, Varnhagen e Niterói. A solução encontrada é jogar parte das águas do Joana diretamente na Baía de Guanabara, evitando a sobrecarga da Bacia do Canal do Mangue e o alagamento da Praça da Bandeira.
A obra foi iniciada em 2012. O desvio tem 3.412 metros, sendo 2.400 de túnel (o maior túnel de drenagem urbana do Brasil) e 1.012 de galeria. O túnel passa sob o Maracanã, o Morro da Mangueira e a Avenida Brasil. Foi “uma obra de engenharia extraordinária”, disse o prefeito.
“Essa obra é muito importante para quem mora no Andaraí, no Méier, na Tijuca e no Grajaú. Os bairros próximos à Floresta da Tijuca sempre sofriam muito com as enchentes. Impermeabilizaram muitas áreas com ruas, calçadas e prédios. A água não tinha como penetrar no subsolo e acabava correndo na superfície”, complementou Crivella.
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Na altura do estádio do Maracanã, a Prefeitura construiu um limitador de vazão, que permite a passagem de até 7 metros cúbicos de água por segundo no curso normal do Rio Joana. Em dias de chuva forte, o volume excedente seguirá pelo desvio até a Baía. O túnel tem capacidade de escoar até 100 metros cúbicos por segundo.
As etapas mais difíceis foram a escavação do túnel no trecho próximo ao Maracanã, sob a linha do metrô, e no deságue na Baía, na Zona Portuária, com o desafio de trabalhar com a influência das marés. A obra deve evitar o transbordamento dos rios Maracanã, Trapicheiros e Comprido, além do Joana, todos na Grande Tijuca.
Piscinões na Tijuca
O sistema de drenagem do Programa de Controle de Enchentes conta com cinco “piscinões”. O da Praça da Bandeira, primeiro a ser construído, em 2013, suporta 18 milhões de litros, e o da Varnhagen (2016), 43 milhões. Os três da Praça Niterói, inaugurados em 2015, reservam, juntos, 58 milhões de litros. A Fundação Rio-Águas é responsável pela operação dos piscinões.
O desvio do Rio Joana integra o Programa de Combate às Enchentes da Grande Tijuca, com orçamento total de R$ 460 milhões, incluindo verbas federais e municipais para os cinco reservatórios e o desvio das águas. Segundo a Prefeitura, entre 2017 e março de 2019, a atual administração investiu R$ 1,296 bilhão em ações de prevenção de riscos e de combate às enchentes.
O levantamento, da Controladoria-Geral do Município, inclui ações de proteção de encostas e áreas de risco geotécnico, controle de enchentes, melhoria da qualidade da água dos rios, das baías e do sistema lagunar, drenagens, desassoreamentos, canalizações, dragagens e redução de lançamentos de rejeitos, manutenção e recuperação dos sistemas de drenagem, melhoria da capacidade de escoamento das águas pluviais, expansão do saneamento, limpeza e remoção de resíduos sólidos de encostas e logradouros e prevenção de desastres pela Defesa Civil.