Pesquisa do Sebrae revela que, durante a pandemia, houve queda de 13% no número de empreendedoras no Brasil, o que significa que o País conta com 8,6 milhões de mulheres liderando negócios próprios – 1,3 milhão a menos que o registrado em 2019. Entre 2016 e 2019, o número de mulheres à frente do próprio negócio subiu de 8,2 para 9,9 milhões, uma alta de mais de 20%. Mas a chegada da Covid-19 interrompeu esse ciclo virtuoso.
Com a família em isolamento social, muitas precisaram passar mais tempo cuidando dos filhos e da casa,. A pesquisa Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgada este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou a disparidade entre homens e mulheres no tempo dedicado às tarefas domésticas. Enquanto a média semanal do público feminino é de 20, 4 horas, a do masculino é de 11 horas.
Criatividade x pandemia
Apesar do Coronavírus ter intensificado a desigualdade de gêneros no cenário econômico, muitas mulheres têm conseguido driblar essas dificuldades em segmentos que não param de crescer, como o de alimentação saudável.
De olho nesse mercado em expansão, a administradora Ana Clara Bianchi e a nutricionista Valesca Trapp criaram o aplicativo Smartliv, que ajuda os usuários a ter uma alimentação mais saudável. Segundo Valesca, o objetivo da plataforma é revolucionar a forma com que o mundo se relaciona com a comida caseira. “Queremos democratizar, de forma prática e com o apoio da tecnologia, o acesso a uma alimentação saudável e a preço justo para todos.”

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Atrizes e empreendedoras da cultura
Na área cultural, três empreendedoras cariocas se uniram para produzir a adaptação de uma peça de teatro para a internet. O trio criou um teatro-série de quatro episódios, de 15 a 20 minutos cada, exibidos desde a semana passada no canal do Youtube Minutinho Cult. A peça Alethea Dreams voltaria aos palcos quando a crise do Covid-19 paralisou o mundo dos espetáculos. Mas em um cenário incerto, as atrizes Luciana Malavasi, Monique Franco e Francine Flach se viram obrigadas a pensar em uma alternativa para o projeto.
“Decidimos adequar nossa turnê para um produto virtual, mas sem ser uma peça simplesmente filmada e, sim, uma gravação original, mesclando as linguagens do audiovisual com o teatro”, lembra Monique. O pioneirismo do trio deu resultado. Após 10 meses de trabalho, elas conseguiram chegar ao formato desejado. Além da novidade em si, a nova proposta ganha em abrangência, pois pessoas de qualquer lugar do mundo podem assistir à obra teatral.