Larissa Guimarães
Em 26 de novembro de 2024, dois dias após o encerramento da COP 29, em Baku, Azerbaijão, é impossível ignorar o impacto dos protagonistas do evento. Líderes políticos, representantes de organizações não governamentais e ativistas desempenharam papéis cruciais nas negociações que moldarão as próximas etapas do combate à crise climática.
Os líderes políticos que se destacaram:
- Rashad Nabiyev (Azerbaijão): O anfitrião da COP 29 e ministro do Meio Ambiente do Azerbaijão destacou-se por sua habilidade diplomática ao conciliar interesses divergentes e promover discussões sobre o uso sustentável dos recursos energéticos, um tema central para o país, conhecido por sua produção de petróleo e gás natural.
- Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil): O presidente brasileiro usou a COP 29 para reforçar o papel da Amazônia no combate às mudanças climáticas. Sua presença foi crucial para garantir o apoio à próxima edição do evento, em Belém, e para defender a necessidade de mais financiamento internacional para países em desenvolvimento.
- John Kerry (Estados Unidos): O enviado especial dos EUA para o clima foi uma figura central nas negociações sobre financiamento climático. Kerry trabalhou para articular o compromisso dos países desenvolvidos com o aumento de recursos destinados ao fundo climático global.
- Xie Zhenhua (China): O representante climático da China defendeu uma abordagem equilibrada para a transição energética, ressaltando o papel de tecnologias inovadoras e energias renováveis no contexto das economias emergentes.
As organizações e ONGs mais influentes:
- Greenpeace International: Representada por Jennifer Morgan, sua ex-CEO, a organização foi uma das mais vocais na exigência de metas mais ambiciosas para a eliminação de combustíveis fósseis. Morgan criticou a falta de consenso sobre a eliminação gradual desses recursos e defendeu o fortalecimento de energias renováveis.
- WWF (World Wide Fund for Nature): Liderada por Marco Lambertini, a WWF desempenhou um papel estratégico nas discussões sobre proteção de florestas tropicais e biodiversidade, temas que ganharam relevância na agenda da COP 29.
- 350.org: A organização trouxe a perspectiva da juventude global para o centro das negociações, organizando protestos e campanhas paralelas ao evento. Seu principal porta-voz, May Boeve, destacou a urgência de ações concretas para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Os ativistas que fizeram a diferença:
- Greta Thunberg (Suécia): A jovem ativista sueca mais uma vez chamou a atenção global com seu discurso contundente. Thunberg criticou o ritmo das negociações e cobrou compromissos mais sólidos dos líderes mundiais.
- Vanessa Nakate (Uganda): Nakate trouxe a perspectiva africana para o palco central da COP 29, destacando os desafios de adaptação enfrentados pelos países mais vulneráveis às mudanças climáticas.
- Txai Suruí (Brasil): Representando os povos indígenas da Amazônia, Suruí reforçou a importância de valorizar o conhecimento tradicional como parte das soluções climáticas, além de exigir proteção efetiva para os territórios indígenas.
Os países em evidência:
- Ilhas Marshall: Este pequeno país insular foi uma voz poderosa nas negociações sobre perdas e danos, destacando a ameaça que as mudanças climáticas representam para nações insulares, que podem deixar de existir.
- Índia: Como uma das principais economias emergentes, a Índia defendeu a justiça climática, pedindo que os países desenvolvidos assumam maior responsabilidade histórica pelas emissões.
- Noruega: Reconhecida por sua liderança em energias renováveis, a Noruega foi uma defensora ferrenha de um acordo robusto para o mercado de créditos de carbono.
A COP 29 foi marcada por debates intensos, avanços significativos e desafios pendentes. Esses protagonistas mostraram que, apesar das divergências, a cooperação global continua sendo o caminho mais viável para enfrentar a crise climática.