O anúncio formal deve ser feito nesta sexta-feira, após reunião do conselho da União Internacional de Arquitetos (UIA), na França, que deve decidir pelo adiamento do 27º Congresso Mundial de Arquitetura. O coração do evento, que coincidiria com a Olimpíada de Tóquio, seria o Píer Mauá, no Porto Maravilha.
A reunião da UIA em Paris vai discutir se aponta uma nova data ou se adia também essa decisão, para observar o desenrolar da pandemia do Covid-19, provocada pelo coronavírus. O cancelamento do evento no fim de julho deve ser mais um baque difícil para a hotelaria e a cadeia de turismo do Rio, que amarga 90% de cancelamentos em função da doença.
A cidade do Rio ganhou a indicação para sediar o maior evento de Arquitetura do mundo após concorrer com Paris e Melbourne (Austrália). É visto como uma grande oportunidade para arquitetos brasileiros restabelecerem sua importância social frente à sociedade brasileira e ao mundo. E também para expor a diversidade do patrimônio arquitetônico carioca para o turismo mundial.
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Píer Mauá se prepara para o Congresso Mundial de Arquitetos
Um dos desafios para desmarcar o evento é o que fazer com as 6 mil inscrições já realizadas. A maioria é de brasileiros, mas também há arquitetos e estudantes de outros países. Estimava-se a participação de pelo menos 15 mil pessoas nas atividades do congresso.
Em função de sediar o evento, a cidade do Rio de Janeiro se tornou em 2020 a Capital Mundial da Arquitetura. O título, concedido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), é do Rio pelo menos até 31 de dezembro. O Congresso, que acontece a cada 3 anos e pela primeira vez será realizado no Brasil, organizado pela UIA e pelo IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil).
Quatro armazéns do Píer Mauá seriam ocupados pelo Congresso e pela UIA2020RIO Expo, uma feira de empresas com novidades e inovações em materiais e equipamentos para arquitetura, mobilidade urbana, mobiliário e inovação. O urbanista e arquiteto Sérgio Magalhães, presidente do comité organizador, vê o tema do Congresso “Todos os mundos. Um só mundo. Arquitetura 21”, como uma oportunidade para que a sociedade valorize mais os espaços públicos e as cidades.
Preservação e estima pela cidade
“Tanto o congresso, quanto a capital mundial, objetivam colocar o tema da cidade, do espaço construído, da arquitetura em diálogo com a sociedade para que as pessoas, reconhecendo os seus espaços e conhecendo a importância deles possam ajudar a preservá-los, aumentar a sua estima pela cidade e, portanto, melhorando o ambiente”, afirma Magalhães.
O congresso tem apoio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas (FNA), da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA), da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (ANPARQ), do Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP) e da Federação Pan-Americana de Associações de Arquitetos (FPAA).