O comércio online ganhou ainda mais força na pandemia. A mudança de hábitos levou os brasileiros a aderirem às compras em plataformas virtuais, o que provocou um salto de 68% no faturamento do setor, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm). A expectativa é de um avanço de 18% em 2021.
A associação estima que 20,2 milhões de consumidores realizaram pela primeira vez uma operação no comércio online em 2020 e que 150 mil lojas passaram a vender por meio das plataformas digitais. Foram mais de 301 milhões de transações virtuais, com um valor médio de R$ 419, segundo o balanço.
“No auge da quarentena, com as pessoas tentando praticar o isolamento social, a gente chegou a ter o registro de uma nova loja virtual a cada minuto”, afirma Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm. Ele acrescenta que “o setor enfrentou números nunca vistos antes, um crescimento repentino, não planejado e não esperado”.

O balanço das grandes empresas confirmam essa estimativa positiva para 2021. O Magazine Luizareportou um crescimento de 148% nas vendas pelo comércio online ano passado. A Dafiti, grande varejista de São Paulo, inaugurou seu maior centro de distribuição. Estima-se um investimento de mais de R$ 300 milhões na unidade com capacidade para a separação de 5 mil produtos por hora.
Já o Mercado Livre, que se tornou no ano passado a maior empresa da América Latina em valor de mercado, anunciou a abertura de cinco novos centros logísticos no Brasil até o fim de 2021.
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Comércio online em expansão no Brasil
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a participação das vendas pela internet no varejo brasileiro era de 3,8% em 2018 e atingiu pelo menos 6% em 2020. O levantamento mostra que faturamento real do e-commerce avançou 37% em comparação a 2019, totalizando R$ 224,7 bilhões.
Esse resultado foi puxado por categorias que já possuem maior atuação nas compras pela internet, como informática e comunicação, que registrou 38% de vendas, seguido por livros e papelaria (14%) e móveis e eletrônicos (13%).
“Num primeiro momento, houve um aumento exponencial nos setores mais relevantes para o consumo imediato. Mas, com a continuidade das restrições de acesso ao comércio tradicional, esse avanço acabou alcançando inclusive outras categorias como games e brinquedos, esporte e lazer, informática e mesa e banho”, explica Bandeira.
Comércio online é destaque na criação de vagas
Ocupações ligadas à expansão de toda logística do comércio online tiveram crescimento no saldo de vagas formais, como o auxiliar de logística, que teve 19.276 oportunidades. O ritmo de expansão também chegou aos estoquistas com 12.304 vagas, e os embaladores de produtos, com 23.677 novas ocupações.