Diário do Porto

Centro do Rio tem entrega de retrofit e início de Museu do Café

Geraes Museu do Café

No Centro do Rio, o antigo Geraes, cuja escritura remonta a 1721, vai ser restaurado para se tornar o Sobrado Café, um museu num empreendimento gastronômico (foto: Reprodução da Internet)

O Centro do Rio começa a pulsar mais forte com duas iniciativas que prometem transformar a Região em um polo vibrante de moradia, cultura e turismo. De um lado, o primeiro retrofit corporativo convertido em residencial foi entregue no fim de junho: o Dias Downtown Studios, na Rua Gonçalves Dias, 46. Do outro, um casarão histórico na Rua do Ouvidor — antigo lar do restaurante Geraes — inicia um ambicioso processo de restauração, no qual deve brotar o Museu do Café, trazendo vida nova a um dos endereços mais emblemáticos da cidade.

No Centro do Rio, edifício corporativo se transforma em residência

Fruto da parceria entre a startup Lobie, a Administradora Nacional e a Gazal Empreendimentos, o Dias Downtown Studios simboliza a renovação do Centro pela via da moradia. O prédio de 15 andares, que antes abrigava 28 salas comerciais, foi totalmente transformado em 97 estúdios residenciais com áreas de 28 a 43 m². As unidades foram colocadas à venda por valores a partir de R$ 299 mil, somando um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 35 milhões.

A iniciativa faz parte do Plano Reviver Centro, que busca reverter o esvaziamento da região, oferecendo isenção de ITBI ao primeiro comprador e redução de IPTU por tempo determinado. O projeto já vendeu 65 unidades e deve entregar as chaves aos novos moradores em 10 de agosto. Segundo Ernesto Otero, CEO da Lobie, a maior parte dos compradores são investidores voltados à locação de curta duração.

Além dos apartamentos prontos para morar, o empreendimento se destaca pela oferta de serviços compartilhados: coworking, sala de reunião, lavanderia, minimercado, academia, salão de jogos e um rooftop com piscina e churrasqueira.

Casarão do antigo Geraes será Museu do Café e espaço gastronômico

Enquanto iniciativas com incentivos públicos começam a tomar forma, um grupo privado avança sem esperar subsídios, no Centro do Rio. O emblemático imóvel onde funcionou por mais de 60 anos o restaurante Geraes, em frente à Igreja da Lapa dos Mercadores, já exibe a placa da Construtora Engearq, responsável pelo restauro do casarão histórico.

Com 13 portas voltadas para as ruas do Ouvidor e Travessa dos Mercadores, 26 janelas e uma fachada marcada por belas cantarias de granito, o imóvel será restaurado sob projeto da arquiteta Patrícia Fendt, do escritório Desenho Brasileiro, em parceria com o urbanista Washington Fajardo.

O prédio, cuja escritura remonta a 1721 e que foi reconstruído após ser bombardeado durante a Revolta da Armada (1893), já passou por diferentes fases. Depois de décadas como casa comercial e restaurante, dará lugar ao Sobrado Café, um ambicioso projeto que unirá gastronomia e memória. Inspirado nos antigos cafés da Rua do Ouvidor, o espaço integrará o Reviver Cultural, e pretende funcionar como um Museu do Café — com direito a confeitaria e exposições artísticas.

Segundo a Sergio Castro Imóveis, responsável pela transação, o imóvel já conta com licença de obras da Prefeitura (concedida em fevereiro de 2025) e está sob supervisão do Iphan, por fazer parte do conjunto tombado da Praça XV.

Um Centro do Rio que respira história, cultura e lazer

Ambos os projetos se inserem em um momento de revalorização do Centro histórico, que volta a atrair cariocas e turistas graças ao crescimento do Polo Gastronômico e Cultural da Praça XV. A região tem visto a chegada de bares, galerias e espaços culturais, como a choperia Hops, o bar da Gley, a Galeria Queerioca, o Bar da Dora, o Cinema Queerioca e o tradicional Samba da Ouvidor.

Esse novo dinamismo se espalha pelas ruas do Mercado, Rosário e Ouvidor, reforçando a identidade do Centro como lugar de memória, fé, cultura e boa mesa. Com o avanço de retrofits residenciais e restaurações históricas, o Centro do Rio vai se desenhando como uma alternativa vibrante para viver, empreender e conviver — de dia e de noite, nos dias úteis e, cada vez mais, nos fins de semana.


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